PM matou menino Ryan, de 4 anos, no litoral de SP, confirma laudo

Um laudo da Polícia Técnico-Científica de São Paulo confirmou que o tiro que matou o menino Ryan Silva Andrade Santos, de 4 anos, partiu da arma de um policial militar. O disparo ocorreu em novembro do ano passado, durante uma ação da PM no Morro São Bento, em Santos, litoral de São Paulo. Ryan foi atingido enquanto brincava na calçada, em frente à casa de uma prima.

Segundo o documento, o tiro foi disparado de uma espingarda calibre 12 usada pelo cabo Clovis Damasceno de Carvalho Junior, o único policial com esse tipo de arma naquela operação. A perícia aponta que o projétil ricocheteou em uma superfície dura antes de acertar o menino. O laudo já foi anexado ao Inquérito Policial Militar que apura o caso.

Na ocasião, a PM realizava uma operação contra suspeitos de envolvimento com o tráfico. Dois adolescentes, de 15 e 17 anos, também foram atingidos por disparos. O mais velho morreu no local e o outro foi levado ao hospital sob escolta. Uma mulher de 24 anos foi baleada de raspão e sofreu ferimentos leves.

A Secretaria da Segurança Pública informou que sete policiais foram afastados após o caso, mas todos já retornaram ao trabalho. Segundo o órgão, os agentes passaram pelos trâmites internos exigidos em ações com mortes de civis. O coronel da PM declarou que “os policiais se defenderam e são vítimas também”, lamentando a morte da criança.

De acordo com o boletim de ocorrência, a equipe da Rocam patrulhava a área quando se deparou com um grupo de suspeitos. Houve troca de tiros após a tentativa de fuga dos criminosos para uma área de tráfico. Os policiais apreenderam armas, três motos — uma delas furtada — e um radiocomunicador.

A operação seguiu até a parte superior do morro, onde houve nova troca de tiros. Foi nesse momento que os adolescentes foram atingidos. Os demais suspeitos conseguiram fugir pela mata.

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