EUA: tarifaço de Trump pode atingir todos produtos exportados pelo Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falando, sério, sem olhar para a câmera
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – Reprodução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode aplicar uma sobretaxa sobre todos os bens importados do Brasil, caso o país seja incluído em sua política de tarifas recíprocas, que será anunciada em 2 de abril. A medida pode afetar toda a pauta exportadora brasileira para os EUA, sem exceções.

Um integrante da Casa Branca revelou à Folha de S.Paulo que ainda não está claro se o Brasil será ou não incluído nas tarifas, mas, se for, a aplicação será uniforme para todos os produtos exportados. A fonte destacou que qualquer país considerado “desleal” em sua relação comercial com os EUA sofrerá uma tarifa linear sobre todos os seus bens.

Trump tem chamado o dia 2 de abril de “dia da libertação”, referindo-se ao anúncio da sua política de tarifas recíprocas, que pode ter um grande impacto no Brasil, após a imposição de tarifas sobre aço e alumínio em março de 2025.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o foco do anúncio será nos países que, segundo os EUA, “exploram” o país. A falta de clareza sobre as intenções de Trump tem gerado incerteza, especialmente para países como o Brasil, que tem um histórico de desequilíbrio comercial com os EUA.

Inicialmente, havia especulações de que o governo americano focaria em produtos específicos, como o etanol brasileiro, frequentemente apontado como exemplo de tratamento comercial injusto. No entanto, agora, analistas consideram a possibilidade de uma sobretaxa abrangente para todos os produtos exportados pelo Brasil aos EUA.

Casa Branca em dia ensolarado
Casa Branca – Reprodução

A situação atual coloca o Brasil em uma posição delicada, sem opções claras de negociação com Washington. O país pode ser forçado a aceitar o tarifaço de abril ou enfrentar restrições significativas no acesso ao mercado americano, o que traria consequências econômicas ainda imprevisíveis.

Embora Trump tenha sinalizado que a medida poderá ser mais flexível do que recíproca, fontes da Casa Branca revelaram que a equipe do presidente está considerando fatores tarifários e não tarifários, como manipulação de câmbio e supressão de salários, para definir as sobretaxas.

O Brasil tem um déficit comercial bilionário com os Estados Unidos, o que poderia ser usado como argumento para evitar ser incluído na lista de países alvo do tarifaço. No entanto, o país está sob pressão devido às ações de Trump, que promete divulgar uma lista de “jogadores sujos” do comércio internacional, e o Brasil é especulado para integrar esse grupo.

O Brasil é citado em um aviso do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) sobre os países com maior desequilíbrio comercial, além de ser o primeiro exemplo de tratamento comercial injusto, relacionado ao etanol, segundo uma ficha técnica da Casa Branca.

Em 2024, as exportações industriais do Brasil para os EUA totalizaram US$ 31,6 bilhões, com os Estados Unidos sendo o principal destino dos produtos industriais brasileiros. Os principais itens exportados incluem aeronaves e partes, produtos da indústria de transformação, o que aumenta a preocupação no governo brasileiro em relação às possíveis barreiras comerciais.

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