Justiça condena grupo criminoso por golpes virtuais em SC; penas somam mais de 2 mil anos de prisão

A Justiça de Santa Catarina condenou 46 integrantes de uma organização criminosa investigada na Operação Repasse, deflagrada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Ituporanga, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO).

Justiça condena grupo criminoso por golpes virtuais em SC; penas somam mais de 2 mil anos de prisão

As penas somadas ultrapassam 2.077 anos de prisão, além de indenizações que variam entre R$ 7 mil e R$ 221 mil por vítima. Treze dos condenados já estavam presos preventivamente ou em prisão domiciliar.

O grupo, criado em 2022, aplicava os golpes virtuais na venda de veículos falsos, utilizando perfis falsos de empresas e anúncios enganosos em redes sociais e aplicativos de mensagens.

As vítimas eram convencidas a realizar pagamentos antecipados, como sinal ou entrada, e, posteriormente, recebiam documentos falsos para prosseguir com a suposta compra. Em muitos casos, ainda eram cobradas taxas de transporte.

Durante as investigações dos golpes, foi constatado que em apenas 45 dias, os criminosos movimentaram cerca de R$ 6 milhões. Em 2023, os valores ultrapassaram R$ 16,9 milhões em transferências via PIX, com mais de 2 mil saques bancários e, no mínimo, 61 vítimas identificadas em diversos estados brasileiros.

O grupo também usava “laranjas” para movimentar e sacar os valores rapidamente, dificultando o rastreamento do dinheiro. Um dos chefes da organização, apontado como o principal articulador do esquema, foi condenado a 313 anos de prisão, a maior pena individual.

Segundo o MPSC, os criminosos ostentavam uma vida de luxo, com festas, veículos de alto padrão, barcos e motos aquáticas.

A operação foi deflagrada em agosto de 2023, após mais de um ano de investigações, incluindo interceptações telefônicas, quebras de sigilos e cumprimento de mandados de busca e apreensão.

O nome da operação faz referência ao termo usado no comércio de veículos quando um automóvel é aceito como parte do pagamento.

A estrutura criminosa contava com pessoas especializadas na criação de conteúdo digital, simulação de vendas e transações, além da contabilidade e distribuição dos lucros ilícitos.

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O Promotor de Justiça Juliano Antonio Vieira destacou o impacto dos golpes e a complexidade do esquema:

“A organização criminosa ultrapassou fronteiras de municípios e até do estado. A condenação representa uma resposta firme àqueles que acreditam na impunidade”.

O promotor Thiago Madoenho Bernardes da Silva, responsável por iniciar as investigações, reiterou o compromisso do MPSC com o combate ao crime organizado:

“Estamos promovendo justiça e protegendo a sociedade catarinense por meio de ações eficazes e rigorosas”.

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