Focus, discursos do BC e Haddad, e outros destaques desta 2ª

A semana começa com os mercados globais atentos às tarifas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta quarta-feira (2). O anúncio de novas medidas comerciais, como ele já fez no passado, pode gerar um movimento nos mercados e nas taxas de câmbio e bolsa, com investidores observando atentamente qualquer nova imposição que possa afetar o comércio global.

No Brasil, nesta segunda-feira (31), a agenda econômica conta com o Banco Central divulgando sua revisão semanal do Boletim Focus, às 8h25. O mercado local continua de olho nos movimentos internacionais, e a expectativa é de que os indicadores financeiros brasileiros acompanhem as oscilações globais. Por outro lado, nos Estados Unidos, a agenda econômica segue sem dados relevantes.

O que vai mexer com o mercado nesta segunda

Agenda

Nilton José Schneider David, Diretor de Política Monetária, participa na manhã desta segunda-feira, das 10h30 às 11h30, da live “Conjuntura e Política Monetária”, promovida pelo Itaú BBA, com transmissão ao vivo no YouTube.

Já Diogo Abry Guillen, Diretor de Política Econômica, participa pela manhã, das 09h30 às 11h, da 99ª Reunião Trimestral com Economistas – Grupo 01 (fechado à imprensa). Às 14h30, reúne-se com economistas do Deutsche Bank (fechado à imprensa). Em seguida, das 15h30, tem audiência com Gustavo Arruda, Economista-Chefe, e Raphael Rodrigues, Economista Brasil, (fechado à imprensa). Às 19h, participa do Ciclo de Palestras organizado pela Faculdade ESEG, em São Paul. O evento será aberto à imprensa por meio de transmissão.

O ministro Fernando Haddad participa, às 12h30 (horário de Brasília), de uma reunião com Luis Vassy, Diretor da Sciences-Po. Às 14h (horário de Brasília), ele participa da conferência “10 anos depois do Acordo de Paris: governar na era do clima”, que será transmitida ao vivo pelo YouTube. Em seguida, às 15h30 (horário de Brasília), comparece a um jantar em sua homenagem oferecido pela Sciences-Po.

Brasil

8h25 – Focus (Semanal)

EUA

10h45 – ISM: PMI industrial de Chicago

Alemanha

9h – Inflação – (março)

China

22h30 – PMI de indústria (oficial) – (março)
22h30 – PMI de serviços (oficial) – (março)

Internacional

“Muito irritado”

Donald Trump afirma estar “furioso” com o presidente russo, Vladimir Putin, e que consideraria impor “tarifas secundárias” sobre o petróleo russo caso um cessar-fogo com a Ucrânia não fosse alcançado, informou a NBC News.

Trump declarou estar “muito irritado” com os comentários recentes de Putin, que sugeriram formas de instalar uma nova liderança na Ucrânia e afastar o presidente Volodymyr Zelenskiy. A informação foi divulgada pela NBC, que citou uma entrevista por telefone com Trump neste domingo (30).

Recessão nos EUA

A perspectiva de uma escalada radical na guerra comercial global nos próximos dias quase dobrou a probabilidade de uma recessão na economia dos Estados Unidos nos próximos doze meses para cerca de 35%, de acordo com o Goldman Sachs.

Acordo comercial

Em viagem ao Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou novos acordos comerciais e anunciou a abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira, durante visita a Hanói, fortalecendo o Plano de Ação 2025-2030 da Parceria Estratégica Brasil-Vietnã. A medida impulsionará investimentos de frigoríficos brasileiros e consolidará o país como plataforma de exportação para o Sudeste Asiático. Com comércio bilateral já próximo de US$ 8 bilhões, a meta é dobrar o valor até 2030. Além disso, foram assinados acordos em áreas como defesa, tecnologia e educação, e o Brasil busca ampliar exportações de maior valor agregado, como aeronaves da Embraer.

Economia

Reajuste de medicamentos

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) divulga, nesta segunda-feira (31), a lista com o novo teto de preços dos remédios vendidos em farmácias e drogarias. A Lei nº 10.742, de 2003, que trata da regulação do setor farmacêutico, prevê o reajuste anual dos medicamentos.

Dívida pública

A dívida pública federal subiu 3,30% em fevereiro, alcançando R$7,492 trilhões, informou o Tesouro Nacional. A dívida interna somou R$7,178 trilhões (+3,26%) e a externa R$314 bilhões (+4,15%). O aumento reflete uma emissão líquida recorde de R$165,7 bilhões e a incorporação de R$73,7 bilhões em juros. O custo médio do estoque da dívida subiu para 11,57% ao ano, impactado pela alta da Selic. Em março, os juros futuros caíram com a reprecificação da taxa básica. A reserva de liquidez aumentou para R$889 bilhões, cobrindo 6,66 meses de vencimentos.

Energia elétrica

A carga de energia elétrica no Brasil deve registrar um aumento de 1,9% em abril de 2025, totalizando 83.207 megawatts médios (MWm), em comparação com o mesmo mês de 2024, conforme as projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). As previsões indicam chuvas abaixo da média histórica em hidrelétricas, com destaque para a redução das precipitações em vários subsistemas do país, já no fim do período úmido. A energia natural afluente (ENA) no Sudeste/Centro-Oeste deve ser de 67% da média, no Sul de 58%, no Nordeste de 24% e no Norte de 84%. Os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste devem fechar abril com 67,3%, ligeiramente abaixo dos 67,5% registrados nesta sexta-feira.

Pé-de-meia

O Programa Pé-de-Meia tem mais beneficiários do que alunos matriculados na rede pública em pelo menos três cidades, localizadas na Bahia, no Pará e em Minas Gerais, segundo reportagem do Estadão. O programa também chega a contemplar mais de 90% dos alunos de ensino médio em pelo menos 15 cidades de cinco Estados. Além disso, há casos de beneficiários que aparentam ter renda acima da permitida pela regra do programa que paga bolsa para alunos mais carentes.

Mercado de cannabis

A Anvisa iniciou uma consulta pública para revisar as regras sobre a venda e prescrição de produtos à base de cannabis no Brasil. A proposta inclui permitir a manipulação de canabidiol (CBD) com 98% de pureza, ampliar as formas de administração (como bucal, sublingual, inalatória e dermatológica) e autorizar cirurgiões-dentistas a prescrever esses medicamentos. A consulta ficará aberta por 60 dias para contribuições da sociedade.

Política

Lula por Haddad

Economistas e analistas financeiros afirmam que a popularidade de Lula caiu devido aos desafios econômicos, como inflação alta e crescimento lento, afetando a confiança de brasileiros e investidores. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por outro lado, defende que o governo manterá seu curso, com medidas como a elevação da Selic para 14,25% para controlar a inflação. A reforma tributária, segundo ele, busca reduzir desigualdades, com isenção de Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil. Apesar de preocupações com o impacto fiscal, Haddad acredita que as reformas são estruturais e não têm ligação com a queda de popularidade do presidente.

Figura central

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, figura central na investigação sobre a suposta trama golpista, alterou sua delação cinco vezes. Essa inconsistência será um dos principais argumentos das defesas dos demais réus para contestar as acusações no julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com reportagem do jornal O Globo.

Ao longo de um ano e quatro meses, Cid prestou 12 depoimentos, nos quais ampliou a gravidade dos relatos e revisou suas versões, chegando a apontar o ex-ministro Walter Braga Netto como peça-chave em uma reunião onde teriam sido discutidas ações para gerar “caos social”.

Recurso negado

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para manter a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por propaganda eleitoral irregular nas eleições de 2022. A decisão rejeitou o recurso da defesa e reafirmou o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que houve uso indevido de impulsionamento de conteúdo negativo contra o então adversário Luiz Inácio Lula da Silva. O pedido dos advogados de Bolsonaro foi enviado para análise do plenário virtual na última sexta-feira, 28.

Contra anistia

Em ato esvaziado na Avenida Paulista neste domingo, 30, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e aliados protestaram contra o projeto de lei que anistia os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Durante o discurso, Boulos afirmou que a base governista vai barrar a proposta na Câmara dos Deputados e provocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado.

Abandonada

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) disse estar arrependida do episódio em que, com uma arma em punho, perseguiu um homem na véspera das eleições de 2022 em São Paulo. Em entrevista à “Folha de S.Paulo”, Zambelli, que foi uma das principais aliadas de Jair Bolsonaro, declarou ainda se sentir abandonada pelo ex-presidente.

Salário dos militares

O governo Lula (PT) publicou na sexta-feira (28) uma medida provisória que concede um aumento de 9% no salário dos militares das Forças Armadas. O reajuste será dividido em duas parcelas: a primeira, de 4,5%, será aplicada a partir de 1º de abril de 2025, e a segunda, de 4,5%, será válida a partir de 1º de janeiro de 2026. O impacto fiscal estimado é de R$ 3 bilhões. O aumento salarial foi negociado pelo ministro da Defesa, José Mucio, e o presidente Lula, atendendo a uma demanda dos militares desde o início do governo, mas enfrentando resistência de ministros da área econômica.

Julgamento

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado deveria ocorrer ainda neste ano para evitar que o processo se estenda até o ano eleitoral de 2026. Barroso disse que a data de conclusão depende do tempo necessário para a apresentação de provas e testemunhas. Bolsonaro, que se tornou réu junto a sete aliados, nega as acusações e argumenta que o objetivo da denúncia é impedi-lo de disputar a eleição de 2026. O ex-presidente permanece inelegível até 2030 devido a condenações no TSE.

Foro privilegiado

Após o STF tornar Jair Bolsonaro e seus aliados réus por tentativa de golpe, uma ala de bolsonaristas intensificou a retomada da PEC que propõe o fim do foro privilegiado. A proposta, que já passou no Senado e em comissão da Câmara, quer restringir o julgamento de autoridades, como ex-presidentes, apenas em tribunais superiores. Deputados da oposição, como Sanderson (PL-RS), pediram que a proposta seja pautada, afirmando que isso poderia ser usado pela defesa de Bolsonaro para questionar sua permanência como réu no STF.

Além de Kassab

Além do secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decidiu retomar investigações e processos envolvendo autoridades após a Corte ampliar o alcance do foro privilegiado. Casos como o dos ex-ministros Geddel Vieira e Ricardo Salles, além do ex-deputado Deltan Dallagnol, agora serão julgados pelo STF. A decisão segue um julgamento em março, que ampliou a competência da Corte para julgar crimes cometidos por autoridades no exercício do cargo. Esses casos envolvem acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Corporativo

GPA (PCAR3)

 O fundo de investimento Saint German, controlado pelo investidor Nelson Tanure, solicitou que o GPA convoque uma assembleia geral extraordinária para destituir o atual conselho de administração e eleger novos membros, incluindo executivos indicados pelo próprio empresário.

(Com Reuters e Estadão)

The post Focus, discursos do BC e Haddad, e outros destaques desta 2ª appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.