Postagens dos influenciadores funcionam para fazer você comprar coisas? Pesquisa diz que sim

Todos nós já suspeitávamos: aquele produto “casual” que seu influenciador favorito mostrou no story provavelmente estava aí para você comprar também. Mas o que você talvez não saiba é o impacto real que essas postagens têm nas suas decisões de compra e, mais ainda, quais os efeitos negativos que elas podem ter no seu bem-estar.

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Um estudo recente da Universidade de Portsmouth colocou tudo em cima da mesa: desde o poder de persuasão dos influenciadores até aos riscos ocultos por detrás dos seus posts mais polidos.

O marketing de influência movimenta bilhões… e funciona

Segundo os investigadores, mais de 60% dos consumidores confiam no que os influenciadores recomendam e as suas publicações influenciam metade das decisões de compra.

Quão grande é esse negócio? Estima-se que até 2027, as marcas terão investido cerca de US$ 480 bilhões em marketing de influenciadores. Sim, um bilhão. Com B.

E embora isso pareça impressionante, os cientistas alertam que nem tudo que brilha no Instagram é ouro: há um lado negro, e ele traz seis maneiras pelas quais esse tipo de marketing pode prejudicar os consumidores.

1. Produtos nocivos e anúncios pouco claros

Chás detox, pílulas milagrosas, maquiagens duvidosas… muitos influenciadores promovem produtos com efeitos não comprovados (ou francamente arriscados). Pior? Raramente esclarecem o que é publicidade. Menos ainda adicionam avisos para menores.

Resultado: normalização de produtos que não deveriam ser tão normais, principalmente entre adolescentes.

2. Desinformação com curtidas

Quando alguém que você “acompanhou durante toda a sua vida” diz algo, tendemos a acreditar nele. Esse vínculo emocional, denominado relacionamento parassocial, pode ser mais forte do que aquele que temos com figuras públicas reais. Assim, muitos acabam confiando mais em um influenciador do que em um médico.

Exemplo real: durante a pandemia, houve quem duvidasse das recomendações oficiais por causa do que disse um falso influenciador.

3. Beleza irreal, insegurança real

Filtros e edição podem transformar uma manhã comum em um rosto perfeito. Mas isso tem um preço: baixa autoestima, principalmente entre os jovens. Navegar online, segundo estudos, reduz a satisfação corporal. E quando tudo o que você vê são corpos “perfeitos”, é fácil cair em comparações perigosas.

4. Vidas perfeitas… e comparações tóxicas

Não é apenas o corpo. É o departamento de revistas, as viagens, o parceiro ideal, o “não faço nada e isso é incrível para mim”. Isso gera uma coisa: comparação constante. O resultado é que muitos sentem que a sua vida “não é suficiente”, o que pode afetar a sua saúde mental, especialmente se já houver baixa autoestima.

5. Publicidade enganosa e seguidores adquiridos

Alguns influenciadores aumentam seus números com bots, promovem produtos falsificados ou não esclarecem que estão fazendo propaganda paga. Um fato chocante: 1 em cada 5 pessoas comprou um produto falso porque um influenciador o recomendou. Confiar? Com um pé atrás.

6. Seus dados, seu negócio

E não esqueçamos isto: os influenciadores lidam com enormes quantidades de dados pessoais sobre os seus seguidores. Muitas vezes sem saber como protegê-los. Isso os deixa – e você – expostos a problemas legais, violações de privacidade e usos questionáveis ​​de suas informações.

E agora? Algumas ideias para sobreviver ao feed

O estudo sugere que há coisas que deveriam começar a mudar. Algumas chaves:

  • Transparência: deixar claro quando algo é uma propaganda, sem letras miúdas.
  • Regulamentação real: que haja consequências para quem desinforma ou engana.
  • Saúde mental em primeiro lugar: promova conteúdos mais autênticos e realistas.
  • Proteção de dados: que plataformas e influenciadores levem a sua privacidade a sério.

Porque sim, seguir alguém pode ser divertido, inspirador ou informativo. Mas também pode ser um caminho direto para o FOMO, a frustração ou uma carteira vazia.

O “marketing de influência” funciona… às vezes muito bem

As redes sociais transformaram pessoas comuns em máquinas de persuasão. E embora muitos o façam bem, outros o fazem sem controle. O segredo não é parar de seguir, mas aprender a olhar com mais criteriosidade. Saiba quando eles estão vendendo algo para você.

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Saiba quando o que você vê não é real. E, acima de tudo, saiba que você não precisa daquele creme, daquele shake ou daquela lâmpada em forma de nuvem para ficar bem.

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