Novo CEO promete: uma “Intel raiz” vem aí

Lip-Bu Tan assumiu o cargo de CEO da Intel há apenas duas semanas, mas já fez a sua primeira aparição pública na nova posição. No primeiro dia do evento Vision 2025, realizado nesta segunda-feira (31/03), o executivo prometeu fazer da Intel uma companhia focada em engenharia e mais aberta à IA.

O novo CEO tem uma missão complicada pela frente: tirar a Intel da crise que a companhia mergulhou em 2024. Mais do que uma crise financeira, a companhia enfrenta uma crise de identidade.

Outrora símbolo de inovação, a Intel é vista atualmente como uma companhia atrasada em inteligência artificial e com dificuldades em desenvolver chips que aliam alto desempenho com eficiência energética.

Tan está ciente dos desafios, por isso, tratou de adotar um tom tranquilizador e ao mesmo tempo confiante em seu discurso. Começou por descrever a sua trajetória acadêmica e profissional como que para dizer que é capacitado para as responsabilidades que o cargo de CEO da Intel exige.

Neste ponto, vale destacar que Lip-Bu Tan é bacharel em física pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, e mestre em engenharia nuclear pelo MIT.

No âmbito profissional, o destaque fica para o período entre 2009 e 2021, quando Lip-Bu Tan atuou como CEO da Cadence Design Systems, empresa especializada em soluções computacionais avançadas. Entre 2022 e 2024, o executivo também foi membro do conselho de administração da Intel.

Como vai ser a nova Intel prometida por Tan?

Em primeiro lugar, Lip-Bu Tan destacou que a Intel voltará a ser uma companhia que prioriza a pesquisa e o desenvolvimento. “Sob a minha liderança, a Intel retornará às nossas raízes como uma empresa que coloca a engenharia em primeiro lugar”, destacou.

Tan promete fazer a Intel trabalhar com um design de sistema orientado por IA como forma de acelerar o desenvolvimento de arquiteturas de computação.

Nesse sentido, a companhia espera desenvolver novas soluções baseadas na arquitetura x86 para atender à crescente demanda por aplicações que lidam com cargas de trabalho muito específicas. Isso sugere que a Intel quer fazer a arquitetura x86 ir muito além dos PCs e servidores — talvez algo focado em dispositivos móveis?

Isso não quer dizer que outros segmentos ficarão de lado. Por exemplo, a Intel ainda pretende ser referência em fundição, isto é, em ser capaz de produzir chips avançados em larga escala não apenas para si própria, como também para outras companhias.

Esse aspecto faz parte dos planos do governo dos Estados Unidos de depender menos de países asiáticos no âmbito tecnológico. Não por acaso, Tan declarou estar ansioso para “trabalhar com a administração Trump em nossos objetivos em comum”.

Na parte final de seu discurso, Tan disse o seguinte:

Estamos aqui para atendê-lo e ganhar sua confiança. Não ficaremos satisfeitos até que cumpramos consistentemente nossas promessas no prazo, na qualidade, para exceder as suas expectativas. Estamos profundamente comprometidos com a jornada.

Lip-Bu Tan, CEO da Intel

O executivo não forneceu detalhes sobre como pretende alcançar tudo isso. É compreensível, afinal, ele está há apenas duas semanas no cargo de CEO da Intel. Certamente, Lip-Bu Tan precisará de mais tempo para elaborar um plano mais detalhado para, então, efetivamente partir para a ação.

Fiquemos de olho.

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