Governo Trump aponta barreiras comerciais do Brasil e avalia tarifas de importação

Donald Trump falando, apontando, com cara de bravo
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos – Reprodução

O governo de Donald Trump destacou o Brasil como um dos países que impõem tarifas de importação relativamente altas em diversos setores, gerando incertezas para exportadores norte-americanos. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) ressaltou que a frequente modificação dessas tarifas, dentro das regras do Mercosul, impacta a previsibilidade dos negócios no país. Com informações da Folha de S.Paulo.

As informações fazem parte de um relatório anual do USTR sobre barreiras comerciais enfrentadas pelos EUA, que analisa cerca de 60 parceiros comerciais. O documento, divulgado nesta segunda-feira (31), antecede o tarifaço prometido pelo republicano para 2 de abril, medida que gera apreensão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No relatório, são mencionadas dificuldades para exportação nos setores de automóveis e autopeças, tecnologia da informação, eletrônicos, produtos químicos, plásticos, maquinário industrial, aço, têxteis e vestuário. Também são citadas questões relacionadas à propriedade intelectual e compras governamentais.

Destaques e posição dos EUA

Entre as queixas, destaca-se a tarifa sobre o etanol americano, apontada como um exemplo de tratamento comercial desigual. O USTR também critica as restrições brasileiras à importação de bens remanufaturados, como peças automotivas e equipamentos médicos, alegando que esses produtos só podem ser adquiridos no exterior quando não há produção nacional.

O governo Trump também questiona o programa RenovaBio, alegando que ele exclui produtores estrangeiros de biocombustíveis. O USTR pressiona para que o Brasil revise essa regulamentação, permitindo a entrada de produtos americanos no setor.

O relatório menciona ainda barreiras sanitárias e fitossanitárias, como a restrição do Brasil à carne suína fresca e congelada dos EUA. Segundo os norte-americanos, essa proibição não tem base científica e contraria padrões internacionais da Organização Mundial de Saúde Animal.

Casa Branca em dia ensolarado
Casa Branca – Divulgação

Reação do governo brasileiro

Diante da iminente decisão de Donald Trump sobre tarifas, o governo Lula busca alternativas para evitar impactos negativos nas exportações brasileiras para os EUA. Uma tentativa de reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chefe do USTR, Jamieson Greer, foi frustrada por incompatibilidade de agendas. Novas negociações estão sendo planejadas.

Em declaração na Casa Branca, o republicano não confirmou se aplicará uma tarifa universal a todos os países, mas reiterou que as sobretaxas serão proporcionais às impostas pelos parceiros comerciais dos EUA. “Vocês vão ver em dois dias”, afirmou o presidente, prometendo um anúncio oficial em breve.

Impacto no comércio Brasil-EUA

Caso a tarifa seja implementada, produtos industrializados brasileiros poderão perder competitividade no mercado norte-americano. A medida também pode intensificar tensões comerciais entre os dois países e impactar setores estratégicos da economia brasileira.

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