CEOs acreditam no potencial da IA, mas só 2% estão preparados para usá-la, diz estudo

A inteligência artificial (IA) possui o potencial de transformar qualquer negócio, mas com uma capacidade de mudança tão intensa, muitos executivos e líderes se sentem inseguros de incorporar a tecnologia em suas companhias, segundo uma nova pesquisa da Cisco.

O estudo foi feito com 2.503 CEOs de empresas com mais de 250 funcionários ao redor do mundo, sendo 501 líderes da América do Sul.

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De acordo com os dados, 82% dos CEOs afirmam ter um alto grau de entendimento sobre a IA, mas 74% admitem que a falta de conhecimento sobre a tecnologia dificulta a tomada de decisões estratégicas.

Esse cenário de insegurança é justificado, segundo Diogo França, CTO e head de produtos da XP Educação. Para ele, a velocidade da evolução da IA e sua capacidade de transformar setores inteiros explicam esse receio. 

“Na prática, muitas pessoas ainda não entendem como utilizar a inteligência artificial. É uma tecnologia relativamente nova e que está evoluindo em um ritmo exponencial. O mercado está mudando muito rapidamente, e a IA intensifica esse processo, trazendo um nível de disrupção que não víamos há pelo menos 30 anos”, disse.

Em contrapartida, a pesquisa da Cisco também revelou que apenas 2% dos CEOs acreditam que suas empresas estão realmente prontas para implementar a IA de forma eficaz.

Por esses motivos, França acredita que há uma necessidade de capacitação dentro das companhias. “O maior desafio está na capacitação. Uma das teses da XP Educação é que qualquer profissional de qualquer nicho pode aprender a usar IA. Atualmente, temos seis mil alunos na pós-graduação e um total de 20 mil alunos em nossos cursos”, explica.

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O risco de ficar para trás

O levantamento da Cisco mostrou que mais de 50% dos CEOs temem perder oportunidades de mercado devido à falta de conhecimento sobre IA. Para França, essa preocupação é válida. 

Além disso, 70% dos participantes enxergam a IA como uma ferramenta para melhorar a eficiência operacional, reduzir custos e impulsionar a inovação.

“O CEO que não adota IA corre o risco de ficar para trás, pois seus concorrentes acabam ganhando vantagem competitiva”, disse. 

Ainda, ele ressalta que a IA não está restrita a grandes corporações ou setores altamente tecnológicos. Na visão dele, a popularização da IA chega também para todos os níveis dentro de uma empresa. 

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“Praticamente qualquer área pode incorporar IA em algum grau, seja para facilitar tarefas simples, como o uso de e-mails, ou para automatizar processos inteiros”, completa.

O estudo também mostra que 61% dos CEOs planejam treinar suas equipes para lidar com a IA, e 51% querem investir em upskilling dos funcionários. Mas só isso não é o suficiente, na opinião de França. Ele argumenta que o conhecimento precisa vir de cima para baixo. 

“Na prática, a dúvida mais comum é: ‘Como devemos nos preparar?’. Esse preparo precisa começar pela liderança, que tem um papel essencial na comunicação e na definição de boas práticas dentro das empresas. Formar líderes capacitados para a IA é o primeiro dominó a cair nesse processo de adoção”, defende França.

Preocupações e desafios

A pesquisa da Cisco também aborda pontos sobre governança e preocupação com regulações. Nesse aspecto, o especialista entende que é preciso de uma governança sólida e políticas de segurança bem definidas quando se trata de inserir a IA no negócio. 

Mais da metade dos CEOs demonstraram preocupação com a falta de regulamentação da IA e seu impacto na privacidade e no viés algorítmico. Para França, esse é um ponto crítico. 

“Um exemplo clássico de risco é o envio de dados pessoais para IAs open source, sem que se tenha clareza sobre o destino dessas informações. A conscientização sobre essas práticas é essencial para garantir uma implementação segura”, disse.

As incertezas sobre a regulamentação da IA também foram evidenciadas pela pesquisa. Segundo os dados, 58% dos CEOs acreditam que a falta de conhecimento sobre IA pode impactar negativamente o crescimento dos negócios nos próximos cinco anos.

Para França, a regulação ainda está em um estágio inicial e pode ter dificuldades para acompanhar o ritmo da inovação, já que há um grande nível de desconhecimento sobre a tecnologia.

“O maior risco é que uma regulação seja implementada e, devido à velocidade das inovações, se torne defasada em questão de semanas. Por isso, as empresas precisam acompanhar de perto essas discussões e desenvolver políticas internas que garantam conformidade e adaptação rápida a novas regras”

O futuro da IA nos negócios

Apesar das incertezas, a pesquisa mostra que a maioria dos CEOs enxerga a IA como um caminho sem volta: quatro em cada cinco líderes planejam expandir seu uso da tecnologia nos próximos anos. França acredita que essa é uma tendência irreversível e que a capacitação será o grande diferencial entre empresas que prosperam e as que ficarão para trás.

“A adoção da IA não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’ e ‘como’. As empresas que souberem integrar a tecnologia de forma estruturada e estratégica terão uma vantagem enorme no mercado”, finaliza.

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