O calendário brasileiro de torneios de tênis pode ganhar dois novos ATP Tour nos próximos anos. Apesar dos desafios para conseguir datas dentro do circuito, a retomada do tênis de alto nível na Costa do Sauípe (BA) e o interesse por um torneio em São Paulo movimentam o mercado.
Na última semana foi anunciado o Costa do Sauípe Open, um ATP Challenger 125. O complexo de hotéis na Bahia torna a receber uma disputa de alto nível desde o fim do Brasil Open, em 2011.
Agora, o Costa do Sauípe Open vira o segundo maior evento de tênis do país, atrás do Rio Open, um ATP 500. Esses números equivalem à pontuação somada pelo campeão no ranking da associação de tênis profissional. O vencedor de um Grand Slam, grupo dos eventos mais importantes da modalidade, leva 2 mil pontos.
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“O torneio de Sauípe tem uma data muito boa, que foi a data do Challenger de Campinas durante 14 anos. Jogadores sempre acharam muito boa”, conta Danilo Marcelino, fundador da Try e diretor do torneio. “Escolhemos um Challenger porque conseguir um ATP Tour é muito difícil”, diz.
Por enquanto os organizadores têm os direitos pelo evento pelos próximos três anos na Costa do Sauípe. A expectativa é que o crescimento ano a ano possa levar a um ATP Tour.
A disputa deste ano coincide com um ciclo de investimento de R$ 1,2 bilhão feito pela Aviva em seu parque hoteleiro do litoral baiano até 2028. A empresa é responsável pela acomodação dos atletas e adequação das quadras para receber o campeonato.
“O próprio torneio se confunde um pouco com o ciclo de investimento”, diz a gerente geral de marketing da Aviva, Raquel Scheeren. “É claro que a volta do ATP culmina no momento em que estamos trabalhando esse reposicionamento, principalmente pensando no cliente de alto padrão que trazemos para os produtos que estamos relançando”, afirma.
A empresa investiu R$ 90 milhões para reformar um de seus hotéis, o Sol Grand Premium, que subiu de categoria e se juntou ao Brisa — ambos de alto padrão. A expectativa é que os dois hotéis atinjam suas ocupações máximas durante os dias de jogos, um total de 454 quartos do complexo de quatro hotéis.
Investidores conversam por ATP Tour em São Paulo
Segundo apurou o InfoMoney, investidores tem caminhado em conversas para reposicionar São Paulo no calendário do tênis mundial. A cidade recebeu um ATP Tour pela última vez em 2019. O plano seria levar à cidade ao menos um ATP 250 ou, mais idealmente, um ATP 500.
Esses investidores, disseram fontes com conhecimento sobre as conversas, avaliam que o evento em São Paulo poderia surfar a onda de popularidade da modalidade: no último Rio Open, patrocinadores e público foram recorde. Uma edição de ATP em São Paulo, avaliam, poderia ser até maior que o par carioca e teria mais capacidade de atração de anunciantes, devido à proximidade às grandes marcas com presença no esporte.
Para organizar um ATP Tour, cujas pontuações e premiações são maiores que um torneio Challenger, é necessário comprar uma das datas já ocupadas do circuito. Como não há possibilidade de datas extras, o investidor precisa esperar que uma data esteja disponível para a negociação.
Esses valores se comportam de acordo com oferta e procura, mas no mercado comenta-se vendas de centenas de milhões de dólares até os milhões por uma data de ATP 250. Em 2025, três ATP 250 se tornaram ATP 500. O upgrade levou o número de torneios do tipo a 16 nesta temporada.
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