Carrefour (CRFB3) salta 11% e é destaque do Ibovespa em dia desastroso para mercado

O Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou uma melhora na proposta para fechar o capital da empresa e também remarcou a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para aprovar a transação para o dia 25 de abril (anteriormente, 7 de abril). O preço oferecido foi elevado de R$ 7,70 para R$ 8,50. Assim, a ação do varejista saltou 10,77%, a R$ 8,23, e registrou uma das únicas altas do Ibovespa, que fechou em forte queda de 2,96%. A outra alta foi de Minerva (BEEF3), com variação positiva de 0,15%.

O Bradesco BBI avalia a nova oferta como uma tentativa de tentar reduzir a incerteza sobre uma potencial rejeição da proposta, bem como oferecer um ganho mais alinhado com o desempenho positivo mais recente das ações das varejistas.

Diante do ruído gerado por grupos de acionistas minoritários em reação à proposta inicial — considerada pouco atrativa em um momento em que CRFB3 se aproximava de sua mínima histórica, com custo de capital elevado, real desvalorizado e um turnaround ainda em andamento — “a percepção de risco em torno da aprovação da operação ganhou força”, pontua BBI.

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Desde o primeiro anúncio, em 11 de fevereiro, o preço de CRFB3 estava até certo ponto ancorado em torno da proposta de R$ 7,70 (o preço subiu 4% desde aquele dia), enquanto as ações das varejistas se valorizaram em geral, particularmente o principal par do Carrefour Brasil, Assaí (ASAI3), que subiu 19% desde 11 de fevereiro.

Sob os novos termos, os R$ 8,50 por ação propostos passam a refletir, segundo o BBI, uma precificação mais adequada ao contexto atual — o valor representa uma valorização de 56% em relação ao preço de fechamento de 2024, ante os 50% registrados por ASAI3 no mesmo período.

O Bradesco BBI manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 7.

Na avaliação da XP, a ação não negociará mais com base em fundamentos e, em vez disso, provavelmente será negociada mais próxima da proposta em dinheiro de R$ 8,50.

A XP Investimentos continua a ver os termos do valuation propostos, em 14,5 e 8,9 vezes Preço/Lucro 2025 e 2026, como uma referência para outros players do atacarejo, com Assaí e Grupo Mateus (GMAT3) negociando a 9,4 a 8,9 vezes P/L 2026, respectivamente. No entanto, a corretora observa que o caminho à frente deve continuar incerto, com notícias locais apontando que empresas de consultoria e investidores veem a relação de troca justa ainda acima dos termos atualizados.

O JPMorgan, por sua vez, disse não acreditar que o bloqueio da transação fosse um cenário provável, especialmente após a segregação de parte da participação da Península, que tornou 2,4% das ações da CRFB3 elegíveis para voto na AGE.

Além disso, segundo o banco amaericano, há preocupação entre investidores de que, caso o negócio seja bloqueado, o acionista controlador possa diluir o valor dos minoritários e, aos poucos, forçá-los a sair da empresa.

Nesse contexto, o JPMorgan segue acreditando que a transação deve ser aprovada, e que os termos melhorados devem impulsionar as ações, com potencial de alta de 14% na opção 100% em dinheiro. A CRFB3 é negociada a um múltiplo Preço/Lucro estimado para 2025 de 11 vezes.

O JPMorgan manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 7,70.

A Genial Investimentos acredita que a ação já deve abrir com um gap considerável, convergindo próximo ao valor oferecido. A proposta revisada do Carrefour ocorre em um momento em que fundos ativistas procuravam organizar os minoritários para barrar a proposta, por acharem o prêmio oferecido pouco atrativo.

“Com um free float de aproximadamente 27,6%, desconsiderando as participações do controlador e da Península, a aprovação da proposta requer o voto favorável de mais da metade desses acionistas minoritários”, lembra a Genial.

O Goldman Sachs destaca que a nova proposta representa um potencial de valorização de 32% em relação ao preço de fechamento das ações do Carrefour em 10 de fevereiro e um prêmio de 46% sobre o preço médio ponderado por volume (VWAP) de um mês antes dessa data.

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