Aliados de Caiado minimizam Tarcísio e reconhecem força de Lula: “Maior que o governo”

O lançamento da pré-candidatura de Ronaldo Caiado (União Brasil) à Presidência da República, realizado nesta sexta-feira (4) em Salvador, foi recebido com ceticismo por parte da classe política, mas seu entorno acredita em uma janela de oportunidade caso o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas Republicanos, desista de concorrer em 2026.

A aposta da equipe de Caiado se baseia em dois fatores principais: a possível influência de Jair Bolsonaro (PL) na decisão de Tarcísio e a avaliação de que o atual governador paulista não abriria mão de uma reeleição quase certa para apostar em uma candidatura presidencial incerta.

“Bem avaliado e com muitas chances de se reeleger, políticos no entorno de Caiado avaliam que Tarcísio não correria o risco”, revelou uma fonte próxima ao governador goiano ao Blog do Camarotti, no G1.

O cenário se complica com a sombra de Bolsonaro, inelegível mas ainda considerado o principal líder da direita. O ex-presidente pode repetir a estratégia usada por Lula em 2018, registrar a candidatura mesmo sabendo da rejeição pela Justiça Eleitoral, para depois indicar um substituto.

“No mundo político, a condenação de Bolsonaro é dada como certa. Logicamente, faria mais sentido o Bolsonaro ungir o Tarcísio… Mas Bolsonaro nem sempre age conforme a lógica”, ponderou um deputado que acompanha a situação.

As pesquisas recentes da Quaest apresentam um cenário que preocupa a oposição: enquanto 50% da população desaprova o governo Lula, o presidente venceria no segundo turno contra qualquer candidato da direita e extrema-direita.

“O Lula é uma figura maior do que o governo dele… O Lula é carismático e tem voto por si só”, analisou uma figura presente ao lançamento de Caiado.

O governador de Goiás aposta em seu desempenho na segurança pública como diferencial. Seu entorno acredita que, sem Tarcísio na disputa, Caiado pode emergir como alternativa viável. “Se ele conseguir crescer (nas pesquisas), e sem Tarcísio na jogada, será um candidato viável”, avaliou uma liderança do União Brasil.

Caiado está inelegível?

Apesar do discurso confiante, o goiano enfrenta obstáculos legais e políticos para seguir com sua campanha. O União Brasil pode formar uma federação partidária com o PP, o que poderia enfraquecer sua candidatura.

Na próxima terça-feira (8/4), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará um recurso contra sua inelegibilidade por abuso de poder político durante as eleições municipais de 2022.

O governador nega as acusações, argumentando que usou o Palácio das Esmeraldas, sua residência oficial, e não o gabinete administrativo, para receber aliados. “Essa matéria não tem nenhum fundamento”, disse, comparando seu caso ao de Bolsonaro, Lula e Dilma Rousseff, que também recebiam políticos em suas residências oficiais.

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