Números cada vez mais altos de pessoas em situação de rua em Balneário Camboriú preocupam

A Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família de Balneário Camboriú divulgou esta semana um balanço da atuação da Abordagem Social no primeiro trimestre do ano.

Os números são altos, registram 8.777 abordagens feitas no período, um aumento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2024, que registrou 8.248.

Desse total, 1.084 pessoas foram atendidas. A diferença entre o número de abordagens e o total de pessoas atendidas é porque muitas são abordadas mais de uma vez. Tem registro de uma mesma pessoa que foi abordada mais de cem vezes no trimestre. 

O secretário da pasta, Omar Tomalih, disse que é difícil resolver um problema onde existe início e meio, mas não existe fim. 

“Desde que assumiu a prefeita Juliana vem construindo um projeto que será anunciado em breve, com inicio, meio e fim´. Cada vez que abordamos um cidadão desses na rua, tem três caminhos: ou ele aceita voltar para cidade de origem, ou aceita internar em uma clínica ou aceita ir para Casa de Passagem e depois volta para a rua. Aliás, nas três opções, eles voltam para rua, porque não tem emprego, nem vínculo familiar, e aí voltam para droga, para o álcool  e o problema volta para nós”, comentou Tomalih.

O secretário segue dizendo que o ‘tirar da rua’ é uma ação momentânea, não soluciona o problema, que é complexo,  precisa ser tratado no todo.

“A prefeita costuma dizer que ‘temos que olhar para o problema 360 graus e não tapar o sol com peneira’, porque não existe uma vacina, um remédio para morador de rua, algo que possa resolver de forma generalizada a situação, porque cada um deles tem uma particularidade, um problema ou psicológico ou psiquiátrico ou uma causa que provoca isso. Tem também bandidos que se infiltram nesse meio, mas aí são tratados pela lei. Então o programa ‘Resgatando Vida BC’ que em breve será apresentado, vai trazer uma solução humanizada, com responsabilidade, ordem pública, e sobretudo, de acompanhamento, com início, meio e fim’, afirmou o secretário.

Não é por falta de trabalho

Tomalih segue dizendo que a prefeitura investe muito na busca de amenizar o cenário.

“Ampliamos nossa equipe, renovamos contrato com ACTs, ampliamos o número de veículos, hoje temos três vans mais quatro motos à disposição da Abordagem, estamos colocando uma equipe exclusiva na região sul, em breve haverá uma equipe na Rodoviária e seu entorno, fazemos abordagens 24h, inclusive de madrugada, junto com a Guarda Municipal e com a Saúde, é um trabalho intenso e extenso, porque abordamos mais de 70 pessoas dia”, afirmou.

Chamados no 156

No balanço divulgado, aparecem mais de quatro mil chamados no 156 e aplicativo, um recorde para o período de três meses.

Cerca de 10% desses chamados são vazios ou seja, a equipe é acionada e, ao chegar ao local, não encontra ninguém, mas a ocorrência é contabilizada como uma abordagem. 

Mais de 500 novos na área

Os números do balanço apontam que mais de 500 pessoas em situação de rua nunca haviam sido atendidas, o equivalente a 52% dos atendidos.

Outras 151 pessoas voltaram a ser atendidas após mais de um ano sem registros, o que representa 14% do total. 

Encaminhamentos 

Das 1.084 pessoas abordadas, os principais encaminhamentos foram: 

• 3.251 acolhimentos na Casa de Passagem do Migrante; 
• 283 concessões de passagens rodoviárias; 
• 104 acolhimentos institucionais. 

Na Casa de Passagem do Migrante a pessoa recebe abrigo apenas por um período. Nesse acolhimento é ofertado banho e alimentação. 

O acolhimento institucional é realizado em três instituições conveniadas com o município, funcionando como uma extensão da Casa de Passagem do Migrante. Nesse caso, a permanência pode ser de até 90 dias. 

Atualmente, 65 pessoas estão acolhidas nas instituições. É importante destacar que esse acolhimento não é um processo de internação, mas sim uma alternativa temporária para que a pessoa possa se reestruturar e se reintegrar à sociedade. 

O atendimento pode ser solicitado pelo telefone 156 e WhatsApp (47) 98807-2405.