Quem são os vendedores de pipoca e sorvete citados por Bolsonaro

O ex-presidente Jair Bolsonaro citou, com seu inglês macarrônico, dois bolsonaristas – um vendedor de pipoca e um vendedor de sorvete – presos pelo ataque de 8 de janeiro durante discurso incompreensível em inglês neste domingo (6). O ato de ontem, na Avenida Paulista, em São Paulo, foi usado para defender o projeto de lei que anistia os golpistas.

O primeiro é Carlos Antônio Eifler (54) e o segundo, Otoniel Cruz (45). Ambos foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela depredação das sedes dos Três Poderes.

Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), eles se associaram a “outros manifestantes” em acampamentos montados em frente a quartéis-generais do Exército e passaram a incitar animosidade das Forças Armadas contra as instituições.

À Polícia Federal, Eifler contou que saiu de Lajeado (RS) para Brasília (DF) no dia 8 de janeiro de 2023. Ele passou a noite em um acampamento e ficou no local até o dia 9, quando foi preso por participar do ataque golpista. Otoniel deu uma declaração similar: ele relatou que saiu de Porto Seguro (BA) na mesma data.

O Supremo tem realizado uma sessão virtual para analisar o caso de Eifler e formou maioria para condená-lo. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou para aplicar a pena de um ano de reclusão e foi seguido por oito magistrados.

Otoniel faz parte da mesma leva de denunciados, junto de Simone Pereira de Oliveira Lopes (48). Eles fecharam um Acordo de Não Persecução Penal com a PGR e Moraes também votou para condenar os dois, sendo seguido pelos colegas.

Ao Supremo, a defesa do vendedor de sorvete afirmou que ele foi até Brasília com a promessa de que poderia comercializar seus produtos no acampamento golpista.

A menção aos vendedores de sorvete e pipoca é a nova narrativa do ex-presidente e seus aliados, que antes mencionavam “velhinhas com Bíblia na mão”. A tese de que apenas idosas estavam sendo condenadas pelo ataque já foi desmentida por Moraes.

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