
Durante a sessão do Conselho de Ética que vota a cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), seu colega Guilherme Boulos (PSOL-SP) o defendeu, expondo as contradições e “atos de banditismo” dos parlamentares de direita no Congresso, nesta quarta-feira (9). O principal alvo foi Kim Kataguiri (União Brasil-SP), do Movimento Brasil Livre (MBL).
A representação contra o parlamentar se refere a um episódio ocorrido em abril de 2024, quando ele se envolveu em uma discussão com Gabriel Costenaro, influenciador ligado ao MBL, dentro das dependências da Câmara dos Deputados.
Segundo Glauber, o influenciador vinha assediando-o em diversas ocasiões e, ao conseguir acessar o espaço reservado à atuação parlamentar, partiu para ofensas contra sua mãe, que se encontrava gravemente doente e faleceu dias depois. A situação teria escalado até o momento em que Glauber retirou Costenaro do local com empurrões e um chute.
“Eu acho muito curioso vir aqui o deputado Kim Kataguiri e querer dar aula de moralidade pública, de correção política. Logo ele que recebeu uma denúncia por ter pago uma empresa em R$ 50 mil em dinheiro vivo e até hoje não ter explicado”, iniciou Boulos sobre o político.
Após citar outros parlamentares que incentivaram e apoiaram os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023, e lembrar que ninguém dos partidos de direita foi julgado pelo Conselho de Ética, Boulos citou os casos de Carla Zambelli (PL-SP) e Chiquinho Brazão (sem partido), mas que até 2024 era filiado ao União Brasil, o mesmo partido de Kataguiri. A bolsonarista ameaçou o jornalista Luan Araújo com arma em punho quando o porte era proibido, já o deputado carioca é apontado como mandante da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018.
Vídeo completo de Boulos destruindo Kim Kataguiri, Carla Zambelli, MBL e toda a direita no Congresso pic.twitter.com/ehYc2zsHEC
— Abel Ferreira Comunista! (@AugustodeS62143) April 9, 2025
“Carla Zambelli tem maioria no STF, na Suprema Corte, para condenação por porte ilegal de arma, naquela cena absurda, digna de uma pessoa pistoleira correndo atrás de uma pessoa nas ruas de São Paulo. Vai ser presa, mas não veio para ser julgada neste Conselho”, argumentou.
“Chiquinho Brazão foi julgado aqui, há meses, e continua recebendo salário como deputado porque não foi para o plenário o pedido de cassação dele”, relembrou o psolista.
“Sabe o que todos esses deputados têm em comum? Desde o Kim Kataguiri pagando R$ 50 mil em dinheiro vivo até o preso por assassinato da Marielle, todos eles são da direita. É isso que eles têm em comum”, criticou.
Na sequência, Boulos também afirmou que os políticos e influenciadores ligados ao MBL praticam atos de “banditismo”. Segundo o parlamentar, cassar Glauber “não tem lógica, nem coerência”, mas tem “perseguição política”.
“Vocês podem inaugurar hoje a cassação por ideologia. Cassação por posicionamento político”, disse, antes de apontar a incoerência do relator do processo, Paulo Magalhães (PSD-BA), que já agrediu um jornalista dentro do Congresso e, ao contrário do que está acontecendo com político de esquerda, nenhuma punição foi aplicada.
Por fim, Boulos colocou em questão qual será o rumo do Conselho de Ética: “O que vai se julgar aqui nesse Conselho não é a cassação ou não do Glauber, é se esse Conselho continuará tendo moral para ter isenção política para julgar qualquer parlamentar dessa Casa. É isso que vai ser julgado hoje, ou se vai ser um Conselho onde quem e de direita sequer vai ser julgado, e quem é de esquerda é cassado por motivo torpe”.
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