Sobreviventes tem pré-estreia em BH

O longa Sobreviventes, último trabalho do cineasta português José Barahona, será exibido em pré-estreia na quinta-feira, 10 de abril, às 20h, no Cine Una Belas Artes, em Belo Horizonte. A estreia nacional está marcada para 24 de abril, com distribuição da Pandora Filmes. A exibição também marca uma homenagem póstuma ao diretor, que faleceu em novembro de 2024.

Sobreviventes é uma coprodução entre Brasil e Portugal e estreou no festival IndieLisboa. O filme também passou pela Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e integrou a programação do Festival de Cinema Brasileiro de Paris.

O longa traz no elenco o ator mineiro Paulo Azevedo, conhecido pela trajetória nos palcos. Ele é cofundador do Grupo Espanca, companhia teatral de Belo Horizonte que consolidou produções como Por Elise e Amores Surdos. Em Sobreviventes, Azevedo volta a colaborar com Barahona, com quem já havia trabalhado no longa Estive em Lisboa e Lembrei de Você, lançado em 2016.

O elenco conta, ainda, com Miguel Damião, Allex Miranda, Anabela Moreira, Roberto Bomtempo, Zia Soares, Ângelo Torre, Kim Ostrowskij e Hugo Narciso. A trilha sonora original é de Philippe Seabra e inclui a participação de Milton Nascimento. A produção é assinada pela portuguesa David & Golias e pela brasileira Refinaria Filmes. A distribuição no Brasil fica por conta da Pandora Filmes.

Filme propõe reflexão sobre poder e convivência no pós-naufrágio

Sobreviventes se passa em meados do século XIX, quando um grupo de pessoas brancas e negras sobrevive ao naufrágio de um navio negreiro. Isolados em uma ilha do Oceano Atlântico, os personagens enfrentam uma realidade sem leis. Sendo assim, os valores sociais e morais são colocados à prova. A trama propõe uma pergunta central: é possível superar as estruturas de dominação e construir uma nova forma de convivência?

O roteiro, assinado por José Eduardo Agualusa e José Barahona, mistura ficção com elementos históricos. A narrativa aborda temas recorrentes na filmografia do diretor, como os impactos do colonialismo português e da escravidão.

José Barahona refletia sobre apagamentos históricos

Nas notas deixadas sobre o filme, Barahona afirma que a escravidão foi, muitas vezes, ocultada pelas versões heroicas da história colonial. Para ele, recuperar essa memória é essencial para se pensar sociedades mais justas. “Como é possível a harmonia e a instauração de uma sociedade igualitária e democrática depois de um passado de tanta violência?”, questiona o diretor. “Não sabemos até hoje, mas ela é certamente desejável.”

Barahona formou-se em cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e também estudou na EICTV, em Cuba, e na New York Film Academy. Ao longo da carreira, produziu documentários e longas de ficção com foco em questões históricas e culturais. Entre os destaques estão o documentário Nheengatu (2020), premiado no Festival Caminhos do Cinema Português e no CineAmazônia.

Além de cineasta, Barahona atuou como produtor e programador da Mostra Cinema Português Contemporâneo no Brasil, além de escrever ensaios sobre cinema no jornal Público, de Portugal. Faleceu em Lisboa, aos 55 anos.

A pré-estreia em Belo Horizonte marca o início do lançamento de Sobreviventes no Brasil.

Serviço

Pré-estreia do filme Sobreviventes
Quinta-feira, 10 de abril de 2025
20h
Cine Una Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1581 – Lourdes – Belo Horizonte (MG)

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