O presidente Lula criticou nesta quarta-feira (9), durante discurso na cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), indivíduos que comandam “empresas poderosas” e “se consideram acima da lei”. Sem citar nomes, a declaração foi interpretada como um recado direto ao empresário Elon Musk, dono da plataforma X (antigo Twitter).
“Indivíduos de empresas poderosas que se consideram acima da lei investem contra a soberania de nossos países. A desinformação, o ódio e o extremismo se disseminam nas plataformas digitais, deturpando e deformando a liberdade de expressão”, afirmou Lula no evento, realizado em Tegucigalpa, capital de Honduras.
A crítica vem em meio a embates públicos entre autoridades brasileiras e Elon Musk, especialmente sobre moderação de conteúdo e propagação de fake news nas redes sociais.
Lula destacou que o Brasil está empenhado em implementar um programa de ação focado em três eixos principais, sendo o primeiro a defesa da democracia. Segundo ele, “nenhum país pode impor seu sistema político a outro” e os regimes democráticos são essenciais para o progresso social e econômico.
O presidente também classificou como “trágico” o fato de que tentativas de golpe de Estado ainda façam parte da realidade política atual. Embora não tenha mencionado o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a fala ocorreu duas semanas após o Supremo Tribunal Federal (STF) transformar o ex-mandatário em réu por tentativa de golpe de Estado.
“Assistimos, nos últimos anos, à erosão da confiança na política, o que abriu espaço para projetos autoritários. Negacionistas desprezam a ciência, a cultura e atacam até as universidades”, disse Lula.
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