
Segundo investigações da Polícia Federal, existem indícios de pagamento de propinas que ligam o prefeito bolsonarista de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), a membros de uma igreja evangélica chamada “Cruzada de Milagres”. Antes da carreira política, Manga se apresentava como missionário e liderava cultos na instituição.
A operação, que bateu na porta do bolsonarista nesta quinta-feira (10), investiga os pagamentos ilícitos feitos por meio de transações imobiliárias e depósitos em dinheiro para um amigo pessoal e parentes do prefeito em um esquema de desvio de recursos da saúde pública.
As buscas e apreensões, realizadas em 12 cidades, focam em um contrato sem licitação assinado em 2021 entre a prefeitura e a organização social Aceni para administrar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). De acordo com a PF, a quebra de sigilos bancários revelou movimentações suspeitas envolvendo o prefeito, secretários municipais e a igreja liderada pela irmã da esposa de Manga.
Entre os investigados estão o presidente da Aceni, Sergio Peralta, e os sócios da empresa AP Engenharia Clínica, Paulo Korek de Farias, que também comanda o clube Água Santa, e Anderson Luis Santana, este último com passagem pela polícia por tráfico de drogas. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens e proibiu a Aceni de fechar novos contratos com o poder público.

Enquanto os agentes da PF revistavam sua residência, Manga publicou um vídeo irônico nas redes sociais, onde é conhecido como “prefeito tiktoker” por seus posts humorísticos. “Acharam algumas coisas aqui. Bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon que o meu filho tanto ama”, disse, relacionando a operação à sua recente pré-candidatura à Presidência em 2026.
Ele tentou forçar a narrativa de que a ação seria uma resposta de Lula ao seu recente crescimento nas redes, mas omitiu que está na mira da Polícia Federal desde 2022.
Esta é a quarta investigação contra o prefeito, que já teve bens bloqueados por suspeita de superfaturamento em material escolar e foi alvo de operação por fraudes em licitações. A PF apura crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e peculato no caso atual.
Em nota oficial, a prefeitura de Sorocaba classificou a ação como perseguição política, citando “forças ocultas” contra a projeção nacional do prefeito, que recentemente apareceu em pesquisas como possível candidato a governador ou presidente. Manga é aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e já declarou que disputaria a Presidência caso Jair Bolsonaro (PL) permaneça inelegível.
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