
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou controvérsia ao se referir de forma pejorativa à diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, durante um discurso em São Paulo na última terça-feira (8). Sem mencioná-la nominalmente, Lula a chamou de “mulherzinha” ao recordar um encontro que teve com ela em 2023, durante a cúpula do G7 em Hiroshima, Japão.
Segundo o presidente, Georgieva teria afirmado que o Brasil cresceria apenas 0,8% naquele ano. “E lá [em Hiroshima], eu encontro uma mulherzinha, sabe, presidente do FMI, diretora-geral do FMI, que nem me conhecia. ‘Presidente Lula, o Brasil só vai crescer 0,8%’. Eu falei: ‘Você nem me conhece, eu não te conheço. Como você fala isso?’. E a resposta veio no final do ano: o Brasil cresceu 3,2%”, disse Lula durante a abertura da 29ª Feicon e da 100ª edição do Enic (Encontro Internacional da Indústria da Construção), em São Paulo.

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A fala do presidente repercutiu imediatamente nas redes sociais, gerando críticas ao tom considerado machista e diplomáticamente inadequado. Georgieva, uma das economistas mais influentes do mundo, comanda o FMI desde 2019 e é reconhecida por seu papel na articulação global durante a pandemia e na condução de programas de alívio financeiro para países em crise.
Em um tom mais amplo, Lula também disparou contra economistas e analistas que, segundo ele, fazem previsões negativas sobre o país. “Está cheio de especialista nesse país; não tem um especialista para dar um palpite bom, é só para dizer desgraça”, afirmou. O petista criticou as previsões de crescimento modesto para a economia brasileira em 2024 e afirmou que os mesmos analistas erraram no ano anterior.
Apesar do tom de enfrentamento, o discurso revela uma tentativa de reforçar a narrativa de resiliência econômica do governo, mesmo em meio a um cenário internacional desafiador e a uma desaceleração doméstica. No entanto, a fala pode acirrar tensões com organismos multilaterais e sinalizar ruídos na relação entre o governo brasileiro e instituições como o FMI — especialmente em um momento em que a Argentina, vizinha em crise, negocia novos aportes com o Fundo.
A declaração também ocorre enquanto o governo busca reverter um quadro de estagnação na popularidade, com a economia no centro das estratégias para recuperar a confiança da classe média e manter a base política unificada em direção às eleições de 2026.
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