Governo Trump obtém autorização judicial para deportar estudante pró-Palestina

Um juiz de imigração decidiu nesta sexta-feira (11) que o ativista da Universidade Columbia, Mahmoud Khalil, deve ser deportado, alegando que sua presença nos EUA compromete os interesses de política externa do país, conforme declarado por seus advogados em um comunicado.

A decisão foi proferida em Jena, Louisiana, após o secretário de Estado Marco Rubio afirmar em um memorando que Khalil deveria ser deportado, mesmo que suas crenças e declarações sejam “de outra forma legais”.

Khalil, que liderou protestos anti-Israel durante seus estudos de pós-graduação na Columbia, se tornou um símbolo da repressão da administração Trump aos protestos no campus em resposta à guerra de Israel com o Hamas em Gaza.

Ele foi preso em 8 de março e alega que sua detenção fere seus direitos constitucionais à liberdade de expressão e ao devido processo.

“Hoje, vimos nossos piores medos se concretizarem: Mahmoud foi submetido a uma farsa de devido processo, uma violação flagrante de seu direito a uma audiência justa, e uma instrumentalização da lei de imigração para silenciar a dissidência”, afirmou Marc Van Der Hout, um de seus advogados, em um comunicado.

“Se Mahmoud pode ser alvo dessa forma, simplesmente por se manifestar em apoio aos palestinos e exercer seu direito constitucional à liberdade de expressão, isso pode acontecer com qualquer um em qualquer questão que a administração Trump desaprove.”

Caso de Nova Jersey

Khalil ainda possui um caso pendente no tribunal federal em Nova Jersey, onde busca fiança e uma ordem que bloqueie sua deportação.

Seus advogados estão contestando o direito da administração de deter não cidadãos que se manifestam em apoio aos direitos palestinos.

Em seu memorando de duas páginas, Rubio afirmou que a presença de Khalil nos EUA “poderia ter consequências adversas potencialmente sérias para a política externa”, uma avaliação baseada em suas “crenças, declarações ou associações passadas, atuais ou esperadas que são, de outra forma, legais.”

Rubio alegou que Khalil participou de “protestos antissemitas e atividades disruptivas, que criam um ambiente hostil para os estudantes judeus”, e que essas ações “minam a política dos EUA de combate ao antissemitismo.”

O presidente Donald Trump afirmou que a Columbia deve adotar uma postura mais rigorosa contra o antissemitismo no campus, resultando na suspensão de US$ 400 milhões em financiamento federal.

A administração também interrompeu o financiamento federal para outras universidades, como Cornell, Northwestern e Princeton, enquanto ameaça US$ 9 bilhões em subsídios e contratos na Harvard.

Os EUA prenderam Khalil em 8 de março e revogaram seu status de residente permanente legal, transferindo-o de Manhattan para Nova Jersey e, em seguida, para Louisiana em um único dia.

Protestos Estudantis

A Columbia foi palco de intensos protestos estudantis após o ataque de 7 de outubro de 2023, perpetrado pelo Hamas contra Israel, que resultou na morte de 1.200 pessoas. Os EUA classificam o Hamas como uma organização terrorista. A retaliação de Israel contra Gaza e o Hamas resultou na morte de mais de 48.000 palestinos, segundo o ministério da saúde controlado pelo Hamas.

O Wall Street Journal informou na quinta-feira que Trump está considerando um acordo legal que permitiria a um juiz federal supervisionar a implementação de medidas da Columbia para combater o antissemitismo.

Além disso, os EUA revogaram os vistos de outros estudantes internacionais que protestaram contra as ações de Israel.

© 2025 Bloomberg L.P.

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