
Em uma mudança inesperada de estratégia na guerra comercial contra a China, o governo de Donald Trump decidiu na noite desta sexta-feira (11) suspender tarifas sobre produtos eletrônicos como smartphones, laptops e componentes de informática. A medida, segundo especialistas, visa evitar uma alta abrupta nos preços ao consumidor norte-americano e aliviar a pressão sobre grandes empresas de tecnologia.
A lista de exceções, publicada pela US Customs and Border Protection, isenta itens como iPhones, processadores, discos rígidos, chips de memória e máquinas para fabricação de semicondutores — produtos majoritariamente fabricados fora dos Estados Unidos.
A decisão sinaliza um recuo tático da Casa Branca, em um momento em que os mercados globais enfrentam forte instabilidade, analisou o Financial Times. Já a Bloomberg afirmou que a exclusão pode ser temporária e que novas alíquotas, mais brandas, podem ser definidas nos próximos dias.
Entre os principais beneficiados estão empresas como Apple, Samsung e Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., que anunciou recentemente novos investimentos nos EUA.

Apesar do alívio imediato, a realocação da produção desses dispositivos para solo americano ainda é considerada improvável. Em relatório, a consultoria TechInsights aponta que a fabricação de iPhones nos Estados Unidos exigiria anos de investimento e poderia elevar o preço do aparelho para até US$ 3.500 (R$ 20,5 mil).
O cenário atual, com tarifas de até 145% sobre produtos chineses, forçou medidas logísticas alternativas. A Apple, por exemplo, fretou seis aviões cargueiros para transportar 600 toneladas de iPhones da Índia aos EUA — cerca de 1,5 milhão de unidades.
Caso as tarifas fossem mantidas, o impacto no bolso do consumidor seria imediato. “O preço do iPhone poderia saltar quase 70% e chegar a US$ 1.850 (R$ 10,8 mil)”, segundo analistas.
A decisão marca uma inflexão no discurso combativo do governo Trump e levanta dúvidas sobre os rumos da política comercial norte-americana em um ano de instabilidade econômica.
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