Noboa é reeleito no Equador com promessa de endurecer combate ao crime

O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito neste domingo (13) com 55,8% dos votos válidos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Com mais de 92% das urnas apuradas, o resultado foi classificado como “tendência irreversível” pela presidente do CNE, Diana Atamaint. A adversária Luisa González, que obteve 44% dos votos, não reconheceu a derrota e pediu recontagem, alegando fraude eleitoral sem apresentar provas.

A vitória amplia o mandato de Noboa por mais quatro anos. Ele assumiu o cargo em novembro de 2023 após vencer uma eleição antecipada para um mandato de 16 meses. Aos 37 anos, o empresário e herdeiro do setor bananeiro consolidou seu nome com políticas de enfrentamento direto à violência e ao narcotráfico, que vêm crescendo no país desde 2021.

“Ecuador já falou, agora temos que trabalhar”, afirmou Noboa após a confirmação do resultado. “Com uma diferença de mais de 1 milhão de votos, não há dúvidas sobre quem venceu.”

A campanha de Noboa se baseou em promessas de continuidade da “guerra” contra o crime, incluindo o uso das Forças Armadas nas ruas, construção de presídios de segurança máxima e propostas para permitir o retorno de bases militares estrangeiras ao país. Ele também defende apoio internacional, inclusive dos Estados Unidos e da Europa, no combate às organizações criminosas.

Desde que declarou “conflito armado interno” em janeiro de 2024, o governo intensificou operações contra gangues e classificou crimes ligados ao narcotráfico como atos de terrorismo. O índice de homicídios caiu de 46,18 para 38,76 por 100 mil habitantes entre 2023 e 2024, mas segue elevado frente aos 6,85 registrados em 2019.

A oposição, liderada por González, aliada do ex-presidente Rafael Correa, contesta o resultado. Ela afirmou que as pesquisas prévias indicavam vantagem em seu favor e denunciou supostas tentativas de fraude, como cédulas pré-marcadas. “Não reconhecemos os resultados apresentados pelo CNE”, disse a candidata, que também pediu recontagem dos votos.

O processo eleitoral foi marcado por denúncias pontuais de irregularidades. O CNE confirmou a prisão de eleitores e mesários por suspeitas de voto duplo e uso de cédulas falsificadas. Além disso, 17 pessoas foram flagradas fotografando seus votos, prática proibida nesta eleição e sujeita a multa de até US$ 32 mil.

Mais de 13 milhões de equatorianos estavam aptos a votar, e a participação superou 80%, número considerado alto para os padrões do país. O voto é obrigatório para cidadãos entre 18 e 65 anos.

Analistas apontam que o desafio de Noboa será manter o apoio popular diante de altos índices de violência e instabilidade política. Também estão no radar questões como o desemprego e apagões recentes causados por secas. O presidente prometeu investir em energia renovável e infraestrutura para mitigar os problemas.

A derrota de González marca a terceira tentativa frustrada do movimento ligado a Correa de retornar ao poder. A polarização entre os dois grupos deve continuar nos próximos anos.

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