Golpe no otaku? Veja como novas tarifas podem afetar a indústria de anime e mangá

Em meio às crescentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros globais, há uma indústria que poucos esperavam ver sob ameaça direta: o mundo do anime e do mangá. Embora não seja o protagonista típico de uma guerra comercial, essa cultura pop japonesa — que se tornou essencial para milhões de fãs ao redor do mundo — não é tão segura quanto parece.

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E se você coleciona bonecos, compra Blu-rays ou acompanha seus mangás favoritos impressos, você pode começar a notar isso na sua carteira muito em breve.

Do que exatamente estamos falando?

De acordo com o Anime by the Numbers, uma extensão temporária impediu que certas tarifas sobre produtos japoneses disparassem para 26%, deixando a taxa atual em 10%. Mas essa calma só poderia ser momentânea.

O que está sendo avaliado são produtos específicos que compõem grande parte do consumo otaku fora do Japão: mercadorias, mangás físicos, Blu-rays e outros produtos licenciados que, embora muitas vezes sejam originários da Ásia, passam pelos EUA antes de chegar aos fãs.

E não se trata apenas do que vem do Japão. Grande parte das mercadorias oficiais é produzida na China ou no Vietnã, países atualmente no centro das medidas tarifárias mais agressivas.

Então, mesmo que você compre na Amazon Japão ou diretamente em lojas especializadas, você poderá pagar mais graças aos novos impostos.

Japão: Tranquilidade ou calmaria antes da tempestade?

Por enquanto, os grandes estúdios japoneses estão respirando aliviados. Com a ascensão do streaming, a Toei e outras empresas relatam que uma grande parte de sua receita vem do exterior, especialmente da América do Norte. Mas como o streaming não está sujeito a tarifas, a ameaça é reduzida… por enquanto.

O problema é físico. Bonecos colecionáveis, edições especiais, caixas de metal e pôsteres: todos esses produtos, que fornecem uma parcela significativa da receita de licenciamento, podem sofrer. Se ficarem muito caros, os fãs podem se tornar mais seletivos ou simplesmente dispensá-los.

Estados Unidos: O mangá pode se tornar um luxo

É aqui que a situação se torna mais crítica. Nos EUA, grande parte do mangá é impressa fora do país (principalmente na China).

Com novas tarifas que podem chegar a 125%, os distribuidores enfrentam um pesadelo: aumento de preços, incerteza na cadeia de suprimentos e uma possível queda nas vendas físicas.

Mesmo que alguns livros impressos obtenham isenção legal (como aconteceu no passado), a mera dúvida já coloca muitas decisões editoriais em espera. Pequenas tiragens e séries menos conhecidas podem não sobreviver ao impacto.

E não é só mangá. Edições de anime em Blu-ray, especialmente edições de colecionador, podem disparar de preço. Se os custos aumentarem muito, o mercado pode se tornar insustentável para o consumidor médio.

E os fãs?

Aqueles que vivem nos EUA ou Canadá — e dependem muito de distribuidores norte-americanos — provavelmente serão os mais afetados.

O que custa US$ 30 hoje pode subir para US$ 40 ou US$ 50 em questão de meses. E embora o streaming continue forte, muitos colecionadores e fãs do formato físico podem ter que repensar seu orçamento.

Resumindo:

  • O streaming e a distribuição digital continuam seguros. Por agora.
  • Produtos físicos e colecionáveis, por outro lado, estão em baixa.
  • Os estúdios japoneses mantêm sua posição global, mas observam a situação com cautela.
  • O mangá físico nos EUA pode se tornar um item de luxo.
  • O fã médio pode começar a pagar mais… pela mesma coisa.

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Se você faz parte do fandom global de anime, o que está por vir não é necessariamente o apocalipse, mas uma realidade mais cara. E embora os mundos de fantasia continuem sendo tão épicos, o mundo real — com seus impostos e barreiras comerciais — também tem seus próprios vilões.

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