Diretor da Abin é intimado pela PF a depor sobre espionagem ilegal

Luiz Fernando Corrêa e Alessandro Moretti: diretor-geral e ex-número 2 da Abin foram intimados a prestar depoimento na PF. Foto: Reprodução

O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, foi intimado a prestar depoimento à Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga um esquema de espionagem ilegal. Alessandro Moretti, ex-número 2 da agência, também foi convocado.

Os dois depoimentos estão marcados para a próxima quinta-feira (17), na sede da PF, em Brasília.

A investigação tenta esclarecer se a atual gestão da Abin tentou obstruir as apurações sobre o uso do órgão, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), para espionar autoridades, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que eram vistos como adversários pelo ex-presidente. O caso é conhecido como “Abin paralela”.

Também se apura se houve autorização da cúpula atual para operações de espionagem contra autoridades do Paraguai, conforme informações do blog da Andréia Sadi, do G1.

Abin paralela

O inquérito da Abin paralela foi aberto em 2023 e investiga se servidores, policiais e funcionários da agência formaram uma organização criminosa com o objetivo de monitorar ilegalmente pessoas e autoridades, por meio da invasão de celulares e computadores sem autorização judicial.

Segundo os investigadores, a ferramenta digital conhecida como FirstMile teria sido usada para acompanhar, em tempo real, os movimentos de alvos ligados a Bolsonaro. A expectativa inicial era de que o inquérito fosse concluído ainda em 2024, o que, até o momento, não ocorreu.

Sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Brasília: Foto: Reprodução

Espionagem no Paraguai

Além disso, um funcionário da Abin afirmou em depoimento à PF que a atual gestão do órgão teria mantido operações de invasão hacker contra sistemas do governo do Paraguai e de autoridades envolvidas nas negociações do tratado da usina de Itaipu.

Segundo o depoimento, essas ações começaram ainda durante o governo Bolsonaro, mas continuaram na gestão do presidente Lula, com aval direto do diretor Luiz Fernando Corrêa e do diretor interino Saulo de Cunha Moura, que ocupou o cargo em maio de 2023.

O objetivo da operação seria acessar dados sigilosos relacionados às negociações de um trecho do tratado de Itaipu que influencia o valor pago pelo Brasil ao Paraguai pela energia gerada pela usina binacional.

Em nota oficial, o governo Lula afirmou que interrompeu imediatamente a operação ao tomar conhecimento do caso, em maio de 2023.

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