Erika Hilton recebe visto dos EUA com gênero masculino e vai acionar Trump na ONU

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) – Foto: Reprodução

Nesta quarta-feira (16), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou que recebeu um visto dos Estados Unidos com o gênero masculino, contrariando seus documentos oficiais brasileiros.

A parlamentar, que é mulher trans, afirmou que levará o caso à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, acusando o governo dos EUA de transfobia e desrespeito aos registros civis do Brasil.

Segundo a deputada, em 2023 ela recebeu um visto americano com o gênero feminino, compatível com sua certidão de nascimento e passaporte diplomático.

Desta vez, no entanto, o novo documento foi emitido com a identificação de gênero masculino, mesmo com a apresentação dos mesmos registros. “Não se trata apenas de transfobia. Se trata de um documento sendo rasgado sem o menor tipo de pudor e compromisso”, declarou.

Erika responsabilizou diretamente o presidente Donald Trump e disse que vai acionar o mandatário judicialmente.

“Me senti violada, desrespeitada e senti as competências do meu país sendo invadidas por uma pessoa completamente alucinada, um homem doente que ocupou a presidência dos EUA e se sente dono da verdade”, afirmou.

Ela também pediu que o Itamaraty convoque o embaixador dos Estados Unidos para prestar esclarecimentos.

A deputada cancelou sua viagem aos Estados Unidos, onde participaria da Brazil Conference, evento organizado por estudantes brasileiros de Harvard e do MIT.

Erika relatou ter sentido medo do tratamento que receberia das autoridades americanas no aeroporto por conta da divergência entre o nome feminino e a marcação de gênero masculino. “Não aceitei me submeter a esse tipo de coisa”, explicou.

Em janeiro, Trump assinou uma ordem executiva que determina que formulários governamentais só aceitem os gêneros “masculino” ou “feminino”, excluindo outras formas de identificação de gênero. A medida também suspendeu a emissão de passaportes com o marcador “X”, criado no governo Biden para atender pessoas não binárias. Erika diz que não preencheu nenhum formulário que permitisse alteração em seus dados.

O presidente dos EUA, Donald Trump – Foto: Reuters

Até o momento, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil não comentou o caso. Erika afirmou que não deixará o episódio passar em branco. “Mesmo perdendo uma atividade importante, não deveria me submeter a tamanha violência e desrespeito como esse”, concluiu.

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