Prefeito bolsonarista é alvo da PF por esquema de fake news de R$ 3,5 bilhões

Jair Bolsonaro, então presidente, e Dr. Serginho durante evento do PL em Brasília, em 2022. Foto: Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta (16), uma operação contra uma rede de fake news que atuava no Rio de Janeiro em períodos eleitorais e o prefeito bolsonarista Dr. Serginho (PL), de Cabo Frio (RJ), foi um dos alvos. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Teatro Invisível 2.

Segundo a investigação, os envolvidos contratavam atores para encenar diálogos em locais de grande circulação para influenciar o eleitorado. O esquema causou prejuízo total de R$ 3,5 bilhões aos cofres públicos por meio de contratos de serviços inexistentes.

A corporação apreendeu uma arma de fogo no imóvel de Serginho, um celular, um par de brincos e um colar. O prefeito bolsonarista afirmou que agentes não encontraram nenhuma “irregularidade” em sua casa e os itens foram levados de forma “indevida”.

Além de Serginho, também foram alvos da operação dois candidatos a prefeito derrotados em 2024, o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que concorreu em São João de Meriti, e Aarão (PP), em Mangaratiba. Rubão (Podemos), que disputou sob judice em Itaguaí e foi impedido de tomar posse, também está na lista.

Há ainda mandados contra Davi Perini Vermelho, o Didê (PSDB), presidente do Instituto Rio Metrópole, e o subsecretário de Eventos e Relações Institucionais do RJ, Rodrigo de Castro. A Polícia Federal esteve em endereços na capital do Rio, Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e Juiz de Fora (MG).

Didê, Valdecy da Saúde, Aarão e Rubão, alvos da Operação Teatro Invisível 2. Foto: Reprodução

Os atores contratados pelo esquema eram pagos com dinheiro de contratos genéricos firmados entre prefeituras e oito empresas. O grupo é suspeito de obstrução de justiça, caixa 2, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. A Polícia Federal apurou que eles destruíram provas que poderiam incriminar os investigados. Se condenados pelos crimes, eles podem ser presos por até 27 anos.

“Observou-se que alguns dos investigados são proprietários de empresas que fraudaram o caráter competitivo de procedimentos licitatórios em quatro municípios RJ (Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e São João de Meriti)”, diz a PF.

Na primeira fase da Operação Teatro, a corporação prendeu quatro pessoas. Na ocasião, atores que participaram de encenações contratadas pelo esquema relataram que recebiam R$ 250 por dia para “atuar como eleitor indignado” em feiras livres e terminais de transporte.

O prefeito bolsonarista nega envolvimento com o caso e diz não ter qualquer relação com os demais citados na investigação. “Eu não participei disso. A justiça comete erros, estou sendo vítima de uma injustiça”, afirmou à CNN Brasil.

Veja a lista de alvos da operação:

  • Aarão de Moura Brito Neto, o Aarão, candidato derrotado à Prefeitura de Mangaratiba
  • Bernard Rodrigues Soares
  • Cristiano Almeida Leite
  • Davi Perini Vermelho, o Didê, presidente do Instituto Rio Metrópole
  • Renan Tadeu Fernandes Pontes
  • Roberto Pinto dos Santos
  • Rodrigo Santos de Castro, subsecretário de Eventos e Relações Institucionais do RJ
  • Rubem Vieira de Souza, o Dr. Rubão, candidato sub judice à Prefeitura de Itaguaí
  • Sérgio Luiz Costa Azevedo Filho, o Dr. Serginho, prefeito de Cabo Frio
  • Valdecy Dias da Silva, o Valdecy da Saúde, deputado estadual e candidato derrotado à Prefeitura de São João de Meriti

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