A treta entre Bella Campos e Cauã Reymond tem rendido cada vez mais comentários e especulações nas redes sociais. A confusão começou a repercutir na última segunda-feira (14), quando a Veja publicou uma nota sobre uma suposta briga entre os atores no estacionamento dos Estúdios Globo.
Segundo uma fonte ouvida pela revista, a briga foi motivada por uma queixa que o ator teria feito sobre a atuação da colega à direção de “Vale Tudo”. Cauã negou que tenha criticado Bella Campos, que teria formalizado queixas contra o ator à direção da novela.
Outra fonte revelou à Veja que, nos primeiros dias de gravação, os atores teriam discutido quando Cauã começou a “dirigir” Bella em cena, indicando a ela as marcações que deveria fazer e as intenções das falas no roteiro. Segundo a mesma fonte, a atriz teria respondido, debochada: “Sou igual mulher grávida, todo mundo quer dar conselho, mas só faço o que eu quero.”
Essa não foi a única treta em que Cauã se envolveu: ainda segundo a Veja, ele teria discutido com o ator Humberto Carrão, que também está no elenco de “Vale Tudo”, porque o colega “encosta e pega no braço dos outros enquanto conversa.” Irritado, Cauã partiu para a grosseria e disse que agrediria Carrão caso o comportamento se repetisse.
Afora o estrelismo óbvio de Cauã Reymond, a briga tem rendido acusações de machismo contra o ator.
As acusações, aliás, não são inéditas: em 2015, ele foi criticado por dizer que “odeia mulher que chega”, referindo-se às mulheres que tomam a iniciativa na conquista; já em 2024, viralizou com aquela vergonha alheia da “lista de exigências” para suas escolhas amorosas – entre elas, “ser discreta e rir baixo.”
Dessa vez, as acusações ganharam ainda mais força quando a ex-esposa do ator, Mariana Goldfarb, postou no Instagram uma frase lida como indireta para o ex: “Tudo que eu falei sobre misoginia, violência, machismo… está vindo à tona. Ninguém quis escutar. Agora vou assistir de camarote.”
Apesar de tudo isso, a questão é mais complexa e não deve ser reduzida a um caso de machismo, tampouco Bella Campos é a super feministona, mulherão da p*rra, que teve peito pra enfrentar o coleguinha machista. Importa observar outro detalhe pouco comentado em meio a tantas fofocas: o silêncio da Rede Globo sobre uma briga que tem tomado tais proporções.
A emissora limitou-se a informar, em nota, que “não comenta especulações”, e essa postura revela muito mais do que uma tentativa de abafar rumores e proteger a própria imagem: trata-se de uma prática recorrente na emissora, que é a de proteger talentos mais consolidados – como Cauã, com 30 anos de carreira –, mesmo que isso custe o bem-estar dos artistas em ascensão, como Bella Campos e Humberto Carrão.
Nesse jogo de aparências, Dona Globo varre os problemas pra debaixo do tapete e acaba por reforçar comportamentos problemáticos como o de Cauã.
Essa “proteção aos mais antigos na firma” já aconteceu antes, em casos polêmicos envolvendo artistas como José Mayer (quando foi acusado de assédio por uma figurinista e a emissora custou a se pronunciar), Dado Dolabella (que, mesmo condenado, continuou a ser convidado para trabalhos na Globo) e William Waack, que protagonizou um vídeo viral em que fazia comentários racistas nos bastidores do “Jornal da Globo”, mas rapidamente conseguiu novos espaços na mídia após apenas um comunicado brando por parte da emissora.
Ao silenciar diante de possíveis tensões de gênero, raça e hierarquia, a Globo demonstra que apenas posa de socialmente responsável em suas campanhas publicitárias, mas se recusa a promover um ambiente de trabalho saudável pra todo mundo.
Proteger os poderosos na hierarquia artística não é neutralidade, é cumplicidade – e disso, meus amigos, a Rede Globo entende.
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