
A Novo Nordisk, que produz medicamentos como Ozempic, Wegovy e Saxenda, afirmou nesta quinta-feira (17) que a nova medida de retenção de receitas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi recebida “com naturalidade”. A empresa reforça que a medida não está relacionada à segurança ou eficácia dos remédios, mas reconhece a necessidade de conter o uso irregular.
A nova regra da Anvisa, publicada na última quarta-feira (16), estabelece que a receita médica deverá ser retida nas farmácias para a compra desses medicamentos. Até então, bastava apresentar a prescrição. A mudança passa a valer 60 dias após a publicação no Diário Oficial.
A Novo Nordisk também compartilha das preocupações da Anvisa quanto ao uso irregular e fora de indicação em bula.
“A empresa compartilha das mesmas preocupações da Anvisa quanto ao uso irregular de medicamentos e fora de indicação em bula, e reforça que a segurança do paciente e seu principal compromisso”, disse a empresa em nota.
Segundo o comunicado, “robustas pesquisas clínicas, envolvendo milhares de pacientes em todo o mundo, já comprovaram o perfil de segurança e eficácia das moléculas liraglutida e semaglutida”, princípios ativos usados nos medicamentos. A farmacêutica também ressaltou que os produtos são aprovados pela agência reguladora brasileira e estão no mercado há 14 anos.
A empresa também destacou ações de combate à automedicação, uso off-label (fora das indicações oficiais) e comercialização de medicamentos falsificados, alertando que produtos irregulares “colocam os pacientes em risco, visto que não possuem estudos, aprovações ou garantias de origem, eficácia ou qualidade”.
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Entenda a nova regra da Anvisa
A nova exigência da Anvisa em relação à retenção da receita médica será obrigatória para a compra de medicamentos com análogos de GLP-1, como Ozempic, Saxenda, Wegovy e, futuramente, o Mounjaro, que deve chegar ao Brasil em junho.
Até então, produtos dessa classe exigiam apenas a apresentação da receita médica, sem que ela fosse retida pela farmácia.
A decisão da agência foi tomada após o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgar uma carta alertando para o uso crescente e muitas vezes inadequado desses medicamentos.
Emagrecimento e riscos do uso indiscriminado
Tais medicamentos foram desenvolvidos inicialmente para tratar o diabetes tipo 2, mas também passaram a ser usados também no controle da obesidade. Substâncias como semaglutida (Ozempic e Wegovy) e liraglutida (Saxenda) imitam a ação do hormônio GLP-1, responsável por regular o apetite e a liberação de insulina.
Esses remédios podem levar à perda de até 17% do peso corporal em um ano, o que explica a popularidade. O uso indiscriminado dos remédios, sem acompanhamento médico, eleva os riscos à saúde e efeitos colaterais.
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