O deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ) foi alvo de um ataque a tiros na manhã desta quinta-feira (18), enquanto circulava pela comunidade do Antares, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O parlamentar, que estava a caminho da inauguração de um projeto social, não ficou ferido, pois o veículo era blindado. O caso está sob investigação da 36ª DP (Santa Cruz).
Segundo testemunhas, os disparos ocorreram dentro da comunidade e se intensificaram quando o veículo tentou deixar o local. Em entrevista à TV Record, Portugal, que é ex-policial militar, afirmou ter ouvido “mais de 50 tiros” e relatou ter sido perseguido por um carro suspeito até conseguir alcançar uma via movimentada.
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“Paramos em uma esquina, havia dois homens de fuzil. A reação foi: ‘o que eu faço? Não tem o que fazer’. Viramos a esquina e começou: muitos tiros, mesmo. Quando olhei pelo retrovisor, vi que tinha um carro perseguindo meu carro”, contou o parlamentar. “Se não fosse blindado, eu teria morrido.”
A Polícia Militar confirmou, em nota, que agentes do 27º BPM (Santa Cruz) foram acionados após relatos de disparos. O deputado também publicou um vídeo nas redes sociais mostrando marcas de bala na lataria, nos vidros e no retrovisor do carro. Ao todo, ele contabilizou pelo menos seis impactos.
A região de Antares é marcada por disputas entre milicianos e facções criminosas, especialmente o Comando Vermelho, que tem ampliado seu domínio na Zona Oeste. As autoridades ainda não confirmaram se o ataque teve motivação política ou se foi uma tentativa de assalto.
Perfil político e atuação
José Portugal Neto cumpre seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, após ser eleito em 2022 com pouco mais de 33 mil votos. Suas principais bandeiras estão relacionadas à segurança pública e à valorização das forças policiais.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Portugal é um dos signatários do requerimento de urgência para o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. No entanto, ele tem enfrentado críticas de parte da base bolsonarista por defender uma versão “modulada” da proposta.
“Tem inocentes presos? Tem. Tem penas excessivas? Tem, também. Mas também há aqueles que tentaram matar policiais no dia. […] Não dá para incluir criminosos nessa anistia”, afirmou o deputado.
Em seu discurso após o atentado, Portugal exigiu uma resposta mais firme das autoridades estaduais de segurança e afirmou esperar ações efetivas do governo do Rio para combater o avanço do crime organizado. “O Rio de Janeiro não é do carioca há muito tempo”, disse.
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