JPMorgan eleva Yduqs e Ânima e rebaixa Cogna e Ser; uma ação chega a saltar 18%

Sala de aula da Faculdade Intercultural Indígena(Faind), no campus principal da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

O JPMorgan revisou suas preferências no setor de educação e, entre as ações mais líquidas, passou a favorecer a Yduqs (YDUQ3), cuja recomendação foi elevada de neutra para compra, com preço-alvo elevado de R$ 10,50 para R$ 20. Já a Cogna (COGN3) foi rebaixada de compra para neutra, sem indicação de preço-alvo. A mudança reflete a maior visibilidade na geração de fluxo de caixa livre (FCF) da Yduqs em 2025, com um yield (rendimento) estimado superior ao da Cogna (13,5% contra 9,3%). Ânima (ANIM3) foi elevada, assim como Yduqs, enquanto Ser (SEER3) foi cortada.

Com isso, as ações reagiram na B3, ainda que todas tivessem fechado com ganhos em um dia de alta do Ibovespa. Entre os papéis que compõem o Ibovespa, nesta quinta-feira (17), YDUQ3 avançou 10,90% (R$ 14,85), enquanto COGN3 virou para alta e fechou com ganhos de 5,60% (R$ 2,45) após abrir em queda. Fora do índice, ANIM3 foi o grande destaque ao saltar 17,87% (R$ 3,10), enquanto SEER3 saltou 4,76% (R$ 5,50) mesmo com o rebaixamento.

Segundo estimativas, o FCF da Yduqs terá uma base comparativa fácil, pois 2024 foi impactado negativamente pelo DIS (1,8% do valor de mercado), e esse impacto deve diminuir neste ano. O DIS é um programa de Diluição Solidária, campanha que permite aos estudantes pagarem R$ 49 nos primeiros meses do processo de captação e diluir a diferença no valor integral das parcelas.

Por outro lado, analistas comentam que o fluxo de caixa da Cogna foi ajudado pela recuperação do PEP (empréstimos privados antigos não mais concedidos) em 2024 (3,5% do valor de mercado), algo que não deve se repetir em 2025. Além disso, a Cogna está mais exposta a cursos de saúde a distância, que enfrentam maiores riscos regulatórios.

O banco também destaca que as ações da Cogna tiveram forte valorização no ano (+110%), em comparação com +55% da Yduqs e +8% do Ibovespa.

Entre os nomes menos líquidos, o banco agora prefere a Ânima (ANIM3), que teve a recomendação elevada de neutra para compra, em relação à Ser (SEER3),rebaixada para neutra e preço-alvo reduzido de R$ 9 para R$ 8, e à Afya (mantida em neutra), com base na forte geração de FCF da Ânima (14,2%).

Para o banco, a Ânima também tem a vantagem de ter exposição limitada ao ensino a distância (6% do EBITDA do segmento em 2024) e baixa exposição a cursos de saúde no EAD.

Quanto à Ser, analistas ainda enxergam potencial de valorização, mas a conversão de caixa deve ser menor devido ao programa de financiamento Ser Solidário, resultando em um yield mais baixo (11%). A Ser também é mais exposta ao ensino a distância do que a Ânima.

Já a Afya parece mais corretamente precificada pelos investidores, na avaliação do JPMorgan, dada sua geração consistente de FCF ao longo dos anos e o bom histórico de cumprimento de projeções, com um yield estimado de 8% para 2025.

Apesar da elevação nas taxas de juros médias, o endividamento vem caindo, e o JPMorgan espera que o aumento nas despesas financeiras líquidas seja, em grande parte ou totalmente, compensado pelo crescimento do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) com a maturação dos cursos de medicina e algum crescimento nas receitas não médicas.

Com isso, apesar das preferências relativas, o JPMorgan vê todas as empresas continuando a gerar um fluxo de caixa livre sólido neste ano.

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