Secretário de Segurança coordena milícia de furtos com GCMs, diz MP-SP

Sandro Torres Amante assumiu a Secretaria de Segurança Pública de Ribeirão Pires em novembro de 2023. Foto: reprodução

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o secretário de Segurança Urbana de Ribeirão Pires, Sandro Torres Amante, e cinco guardas civis municipais (GCM) por integrarem uma suposta milícia na cidade. As investigações revelaram uma série de crimes, incluindo furtos qualificados, receptação e associação criminosa, além da suspeita de homicídios cometidos entre 2013 e 2019.

Os crimes foram descobertos após denúncias de testemunhas protegidas em 2020, que levaram o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a investigar o grupo.

Entre os principais episódios está o furto de dois açougues na madrugada de 18 de junho de 2018. Segundo as investigações, os guardas municipais teriam alterado câmeras de monitoramento da cidade para evitar serem flagrados e forjaram uma ocorrência policial para desviar a atenção.

A empresa responsável pela segurança dos açougues furtados pertencia a um primo de Sandro e tinha o próprio secretário e outro acusado, Gutembergue Martins Silva, como funcionários.

O MPSP suspeita que a empresa era usada para identificar estabelecimentos comerciais vulneráveis a furtos. Os locais não apresentavam sinais de arrombamento, indicando que os criminosos tinham acesso facilitado, possivelmente com chaves ou informações privilegiadas.

Sandro, Gutembergue e Marcelo Cruz Dellavale foram condenados a dois anos e 11 meses de prisão em regime semiaberto, além de multa. Sandro e Gutembergue também tiveram a perda dos cargos públicos decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), mas continuam em liberdade até o trânsito em julgado da decisão.

Os três recorreram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A defesa de Gutembergue pediu a anulação da condenação, alegando “prova contaminada”. Já os advogados de Marcelo argumentaram falta de provas que o ligassem diretamente aos crimes. Sandro também questionou a validade das provas, mas seus advogados não se manifestaram quando procurados pela reportagem.

Prefeito bolsonarista defende secretário

Ao centro da imagem, o prefeito bolsonarista da Ribeirão Pires, Guto Volpi. Foto: reprodução

O prefeito Guto Volpi (PL) saiu em defesa de Sandro, destacando sua trajetória de 30 anos na Guarda Municipal. Em nota publicada no Instagram, Volpi afirmou: “Destaco aqui a trajetória do Sandro, guarda municipal com 30 anos de carreira na Prefeitura e contribuições à cidade. Reafirmo meu compromisso com a verdade, salientando que toda e qualquer decisão da Justiça será cumprida por nosso governo”.

Sandro foi afastado da GCM em 2022 após a denúncia do MPSP, mas assumiu a Secretaria de Segurança Urbana após a eleição de Volpi.

O Gaeco também investiga a possibilidade de o grupo ter atuado como um esquadrão da morte, com relatos de testemunhas apontando para homicídios ocorridos entre 2013 e 2019. As investigações continuam para apurar a extensão dos crimes e possíveis conexões com outros casos na região.

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