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Desde 2022, o dia 19 de abril passou a ser oficialmente o “Dia dos Povos Indígenas” no Brasil. A mudança, sancionada pela Lei 14.402, substitui o termo “índio”, utilizado por décadas em livros escolares, calendários e ações institucionais. A nova designação busca reconhecer a diversidade dos mais de 300 povos indígenas que vivem no País e corrigir uma expressão considerada reducionista e equivocada.
O termo “índio” remonta à chegada dos colonizadores portugueses ao território brasileiro, em 1500. Ao acreditar terem alcançado as Índias, passaram a chamar os habitantes locais de forma genérica, desconsiderando sua enorme variedade étnica, cultural e linguística. Hoje, entende-se que essa nomenclatura apaga identidades distintas e reforça estereótipos.
Por que não se deve mais usar o termo “índio”?
O uso da palavra “índio” sugere que todos os povos originários são iguais, ignorando a riqueza de suas culturas, línguas, formas de organização e cosmovisões. Para os próprios povos indígenas, o termo carrega um histórico de marginalização e preconceito.
Organizações indígenas e entidades ligadas aos direitos humanos passaram a defender o uso de expressões como “povos indígenas” ou “povos originários”, por refletirem de forma mais justa suas realidades e reivindicações. A mudança legislativa simboliza um avanço na luta por reconhecimento, dignidade e respeito.
Cultura indígena no Rio Grande do Sul: preservação em meio a desafios
No Rio Grande do Sul, vivem hoje cerca de 40 mil indígenas, segundo o último Censo. A maioria pertence a três etnias principais: Kaingang, Guarani e Charrua. Eles estão distribuídos em aldeias e territórios tradicionais espalhados por diferentes regiões, especialmente no Norte e Noroeste do Estado.
Apesar da resistência cultural, esses povos enfrentam desafios para preservar sua língua, práticas tradicionais e modo de vida. Entre as dificuldades estão:
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Falta de demarcação de terras, o que limita a autonomia e o desenvolvimento das comunidades;
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Dificuldade de acesso à saúde, educação e serviços básicos, especialmente em áreas rurais;
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Preconceito e invisibilidade social, ainda presentes em centros urbanos e instituições públicas.
Migração para as cidades e novos modos de vida

Nos últimos anos, tem aumentado o número de famílias indígenas que migram para as cidades em busca de trabalho, saúde, educação e melhores condições de vida. Em municípios como Porto Alegre, Bento Gonçalves e Passo Fundo, comunidades indígenas estão organizadas em áreas urbanas e periféricas. Essa movimentação traz novas questões: como manter viva a cultura indígena fora da aldeia? Como garantir direitos sem perder a identidade?
Grupos indígenas têm buscado soluções próprias: escolas bilíngues, projetos culturais, produção de artesanato e feiras de produtos tradicionais são algumas das estratégias para preservar a ancestralidade em meio ao cotidiano urbano. Em Bento Gonçalves, eles estão instalados nas proximidades do bairro São Vendelino. Ali montaram seu espaço e ainda mantém a cultura indígena Kaingang. O líder do grupo indígena é o cacique Nelinho.
Uma data para celebrar a diversidade
O Dia dos Povos Indígenas, agora com nova nomenclatura, é uma oportunidade para que a sociedade reflita sobre o passado de violência, os desafios do presente e as contribuições das culturas indígenas para o Brasil. Mais que uma data simbólica, é um chamado à valorização da diversidade, ao respeito às identidades e à construção de uma convivência mais justa e plural.
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