Em entrevista ao UOL, o pastor Oliver Costa Goiano, coordenador do Núcleo Nacional dos Evangélicos do PT, destacou que tem apresentado ao presidente Lula (PT) os desafios enfrentados pela esquerda na tentativa de conquistar o eleitorado evangélico. Segundo ele, a meta para as próximas eleições, caso Lula decida disputar a reeleição, é aumentar em ao menos 10% as intenções de voto entre os evangélicos.
O pastor afirma ser alvo de críticas dentro e fora do partido, por defender que o PT precisa “vencer a batalha da comunicação” e repensar a abordagem de pautas identitárias, que, em sua visão, afastam os setores mais conservadores. Para ele, o futuro da legenda passa pela aproximação com o segmento evangélico moderado.
O entrevistado é responsável pela coordenação do grupo de evangélicos petistas desde sua criação em 2015, tem indicado ao presidente Lula estratégias para estreitar laços com o eleitorado evangélico:
“Lula precisa ter fotos com os pastores com a mão na cabeça dele. A igreja evangélica é um ator importantíssimo, o país é evangélico em termos de engajamento. É um erro quando a esquerda zomba dos cultos evangélicos. Há uma ideia errada em achar que o evangélico é manipulável”. (…)
“O núcleo evangélico do PT ainda não está tão poderoso quanto precisa para ajudar o partido a furar a bolha entre os evangélicos, mas está melhor do que antes. Estamos nos tornando uma voz ouvida pelo nosso presidente Lula. Estamos quebrando resistências dentro do partido para sermos uma voz ouvida”.
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“A meta é baixa para 2026. Em 2030, temos que ultrapassar. Eles têm a máquina da comunicação na mão. A gente precisa até lá tirar o pânico moral. Eles têm grupos de WhatsApp muito mais numerosos do que os nossos. Mas a gente sabe que o desafio é a comunicação”.
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“A mulher preta não quer a legalização das drogas, quem defender a legalização das drogas vai perder a voto da igreja evangélicas. Sou contra a legalização das drogas. Precisamos trazer o problema para a luz. Vamos ter que enfrentar essa crítica dentro da esquerda. As drogas não devem ser legalizadas, devem ser combatidas”.
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“Onde a polícia não entra, o pastor é o primeiro a conseguir entrar. Nesses locais, é o pastor que o jovem com o fuzil na mão respeita”. (…)
“Estamos devendo ao país um projeto de segurança pública, que não pode ser pensado sem o apoio de igrejas evangélicas, com a polícia chamando pastores para irem aos territórios. Tenho proposto o retorno das UPPs [Unidade de Polícia Pacificadora] com o apoio das igrejas”.
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