
Na madrugada desta segunda-feira (21), morreu aos 88 anos na Casa Santa Marta, o papa Francisco no Vaticano, Itália. O pontífice, que liderou a Igreja Católica desde 2013, faleceu enquanto dormia, de acordo com informações oficiais da Santa Sé.
Em vida, o papa argentino deixou registrado o desejo de ter um funeral simples e aprovou mudanças significativas no rito das cerimônias fúnebres papais. Ele será sepultado em um caixão de madeira, conforme as novas normas litúrgicas que ele próprio ajudou a reformular.
As mudanças aprovadas pelo chefe da Igreja Católica flexibilizam antigas tradições. O novo livro litúrgico, que substitui o texto anterior de 1998 — publicado durante o pontificado de João Paulo II —, estabelece que os papas não precisam mais ser enterrados nos tradicionais três caixões de cipreste, chumbo e carvalho. A decisão representa um marco simbólico de humildade e resignação.
Segundo o arcebispo Diego Ravelli, mestre das Celebrações Litúrgicas do Vaticano, as alterações atendem ao pedido direto de Francisco, que desejava que o funeral de um papa refletisse sua missão como pastor e não como uma figura de poder. “O papa pediu que os ritos expressassem melhor a fé da Igreja em Cristo ressuscitado”, afirmou Ravelli.
Outras mudanças incluem a verificação da morte não mais no quarto papal, mas na capela, e a exposição do corpo ao público em caixão aberto. Também passa a ser possível o sepultamento de papas fora do Vaticano, o que anteriormente era restrito.

Francisco expressou em 2023 o desejo de ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez das Grutas Vaticanas sob a Basílica de São Pedro, onde a maioria dos papas está sepultada. A escolha reflete sua devoção à imagem da Virgem Maria “Salus Populi Romani”, localizada no santuário.
A opção pela Santa Maria Maggiore também reforça o vínculo de Francisco com a espiritualidade popular. O local foi o primeiro que ele visitou após ser eleito papa, gesto repetido em momentos importantes de seu pontificado.
Desde o início de seu papado, Francisco adotou um estilo de vida marcado pela simplicidade. Recusou-se a viver no Palácio Apostólico, optando pelo hotel do Vaticano, usou veículos modestos e sempre defendeu uma “Igreja pobre para os pobres”.
Sua morte marca o fim de uma era reformista, na qual procurou aproximar a Igreja do povo, questionando tradições e adotando posturas mais inclusivas. Seu legado permanece não só na teologia, mas também nos gestos práticos e simbólicos.
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