
Por Moisés Mendes, em seu blog
O agricultor gaúcho exportador de grãos e o fazendeiro do centro-oeste exportador de carne, ambos anticomunistas compulsivos e obsessivos, devem estar certo de que Trump foi quem provocou os benefícios que eles terão com a venda de seus produtos para a China e outros países.
No lastro do raciocínio torto do bolsonarista do agro pop está a certeza de que, se Trump provocou a guerra de tarifas, e a China deixará de comprar dos Estados Unidos e comprará mais do Brasil, é o neonazista quem deve ser aplaudido.
Parece absurdo, mas não desconsidere nada do que essa gente pensa. Lula vai abrir novos mercados, vai fortalecer as relações com os chineses e abrir mais portas para as exportações do agro. Mas o agro odeia Lula e os chineses.

Sei bem do que se trata. Tenho lugar de fala, por ter convivido por 11 anos com o principal reduto exportador de soja do Rio Grande do Sul, no noroeste do Estado.
O agricultor, mesmo o pequeno, que exporta grãos (70% da nossa soja vendida para fora vai para a China), é tão reacionário quanto o grileiro e o desmatador do centro-oeste e da Amazônia (68% da carne exportada também é comprada pelos chineses).
Ah, mas nem todos são reacionários. Não, não são. Mas é cansativo repetir, para gente da quinta série, que as exceções são as exceções. Mesmo os que romantizam a agricultura familiar, mas exportadora, devem saber que o agricultor é um conservador cooptado pelo bolsonarismo.
Ele já foi da velha Arena, até já votou nas esquerdas, por algum descuido, mas se acomodou mais à extrema direita e dali não parece querer sair.
Esse agricultor reaça acha que Trump aumentou os ganhos dele com as vendas para a China. Não adianta querer explicar, porque o anticomunismo é apenas um pretexto para ser mesmo antilulista.
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