Conclave: quanto tempo os católicos devem esperar por um novo papa

Cardeais se reúnem na Capela Sistina para o conclave. Foto: reprodução

Após a morte do papa Francisco, na última segunda-feira (21), o Vaticano reúne todos os cardeais espalhados pelo mundo para a eleição de um novo líder da religião em um dos processos mais tradicionais e secretos do mundo. Realizado na Capela Sistina, o conclave reúne os arcebispos em um rígido regime de isolamento até que um nome seja escolhido. Nos últimos séculos, a duração dessas eleições tem diminuído significativamente, um contraste marcante com os longos conclaves do passado.

A eleição de um novo pontífice é um dos eventos mais singulares do mundo contemporâneo, onde o sagrado e o temporal se entrelaçam em um ritual que remonta ao século XIII. O conclave, termo que deriva do latim “cum clave” (com chave), simboliza não apenas o enclausuramento físico dos cardeais, mas também o peso espiritual da decisão que devem tomar.

O isolamento dos cardeais durante o conclave é absoluto. Cortados do mundo exterior, sem acesso a telefones, internet ou qualquer meio de comunicação, eles vivem em uma bolha temporal única.

A Casa Santa Marta, onde ficam hospedados, transforma-se em um microcosmo onde todas as necessidades são atendidas para que possam se concentrar exclusivamente na eleição. Esse isolamento é tão rigoroso que até os funcionários que os atendem devem fazer um juramento de sigilo sob pena de excomunhão.

Habemus Papam: fumaça branca indica a escolha de um novo papa. Foto: Reuters

A votação em si é um espetáculo de solenidade e tradição. Realizada na majestosa Capela Sistina, sob os afrescos de Michelangelo, cada cardeal escreve seu voto em uma cédula que deposita em um cálice sagrado.

O ritual de queima das cédulas, que produz a famosa fumaça branca ou preta, é talvez o momento mais aguardado pelo mundo exterior, simbolizando a tensão entre tradição e expectativa que caracteriza todo o processo. O conclave moderno segue normas estabelecidas principalmente por Paulo VI (1970) e João Paulo II (1996):

Isolamento total: Os cardeais ficam confinados na Casa Santa Marta e têm toda comunicação com o exterior cortada.
Votação secreta: Realizada na Capela Sistina, com cédulas queimadas após cada rodada.
Limite de eleitores: Apenas 120 cardeais com menos de 80 anos podem participar.
Maioria qualificada: São necessários 2/3 dos votos para eleição.

Ao longo dos séculos, esse processo foi se transformando, refletindo as mudanças na Igreja e no mundo. O conclave mais longo da história, que durou 34 meses em Viterbo (1268-1271), contrasta fortemente com a agilidade das eleições modernas.

Naquela ocasião, a exasperação dos cidadãos levou a medidas extremas: primeiro o confinamento forçado dos cardeais, depois a redução de suas refeições e, por fim, a remoção parcial do teto do palácio onde estavam reunidos, expondo-os às intempéries. Essa situação extrema levou Gregório X a estabelecer as primeiras regras formais do conclave, criando um sistema que, embora modificado, mantém sua essência até hoje.

Nos tempos modernos, a duração dos conclaves diminuiu significativamente. Enquanto no início do século XX ainda levavam várias datas, como os cinco dias necessários para eleger Pio X em 1903, no século XXI o processo se tornou notavelmente mais rápido. A eleição de Bento XVI em 2005 levou menos de 48 horas, e a de Francisco em 2013 foi resolvida em apenas cinco votações.

Quando finalmente um nome é escolhido, segue-se uma série de rituais imutáveis, sendo:

  1. Escolhe seu nome;
  2. Veste-se com os hábitos papais preparados em três tamanhos;
  3. Recebe o anel do pescador;
  4. É apresentado ao mundo com o tradicional “Habemus Papam!” na sacada da Basílica de São Pedro.

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