Fiasco: live esvaziada de Bolsonaro com filhos irrita aliados

O ex-presidente Jair Bolsonaro participou de live direto do hospital em que está internado em Brasília Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, com seus três filhos mais velhos, de uma transmissão ao vivo diretamente da UTI do Hospital DF Star, em Brasília, na noite de terça-feira (22), mas o evento foi um fiasco.

A live, que promovia um “capacete de grafeno” de uma empresa da qual Bolsonaro é sócio, não ultrapassou mil espectadores simultâneos no YouTube, número considerado baixo para o padrão do ex-presidente.

A transmissão, comandada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também sócio da empresa de capacetes, contou com a participação do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) e do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se conectou dos Estados Unidos, para onde fugiu no início de março.

O ex-piloto Nelson Piquet, que se tornou chofer do ex-presidente, também apareceu na live. Apesar do esforço, a audiência ficou estagnada em torno de 783 espectadores durante as quase duas horas de transmissão. Até a manhã de quarta-feira (23), o vídeo havia acumulado pouco mais de 16 mil visualizações, um desempenho medíocre para um canal com mais de 650 mil inscritos.

O fracasso de público chamou a atenção de aliados do ex-presidente, que temem um esvaziamento de seu engajamento digital. “Foi uma live atípica, sem a força que costuma ter. O momento de saúde delicado pode ter influenciado”, comentou uma pessoa próxima, sob condição de anonimato.

Outro ponto que gerou desconforto foi o uso da internação hospitalar como plataforma comercial. Apesar de estável, Bolsonaro ainda está em recuperação pós-cirúrgica, com alimentação por sonda e sessões de fisioterapia. A previsão de alta da UTI segue indefinida, embora ele tenha dito que deixará o hospital na próxima segunda-feira (28).

Jair Bolsonaro segue internado em Brasília. Foto: reprodução

O conteúdo da transmissão seguiu o roteiro habitual da família Bolsonaro: a recuperação do ex-presidente após sua cirurgia, críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a defesa de Bolsonaro como único nome viável da direita para 2026. No entanto, o foco principal foi a promoção do capacete de grafeno, vendido por R$ 598, com direito a sorteio para três espectadores.

Carluxo chegou a exibir uma foto do abdômen do pai durante a cirurgia, numa tentativa de reforçar a narrativa sobre o atentado de 2018. A cena, no entanto, causou desconforto em parte do público e foi vista como excessivamente performática.

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