Como a Boeing vai vender aviões após boicote da China

Boeing cancelou vendas de aviões à China. Foto: reprodução

A Boeing está realocando aeronaves originalmente destinadas à China após o país asiático recusar novas entregas em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos. A fabricante estadunidense confirmou, nesta quarta-feira (23), que já está levando de volta três jatos 737 Max que estavam prontos para entrega no país asiático e busca agora novos compradores para cerca de 50 aviões afetados pela disputa comercial.

“Não vamos esperar muito tempo. Vamos dar aos clientes a oportunidade, se quiserem receber os aviões. É isso que preferimos fazer. Mas, se não, vamos recolocar esses aviões no mercado para quem quiser comprá-los”, disse Kelly Ortberg, CEO da empresa em entrevista à CNBC após a divulgação de resultados financeiros. A estratégia visa minimizar os impactos na produção e no fluxo de caixa da empresa.

A China impôs barreiras à Boeing após os EUA aplicarem tarifas de 145% sobre importações chinesas. Entre os possíveis novos clientes para as aeronaves está a Air India, que já aceitou 41 jatos 737 Max originalmente encomendados por companhias chinesas e demonstrou interesse em adquirir mais unidades.

“Tínhamos três aviões na China prontos para serem entregues e acredito que dois já voltaram aos Estados Unidos. Estamos trazendo o terceiro de volta também”, detalhou Ortberg. O executivo foi enfático ao afirmar que a situação não prejudicará os planos de recuperação da empresa: “Não vou deixar que isso descarrile a recuperação da nossa empresa”.

Kelly Ortberg, CEO da Boeing. Foto: reprodução

A Boeing surpreendeu positivamente o mercado com resultados do primeiro trimestre melhores que o esperado. A empresa utilizou US$ 2,3 bilhões em caixa livre no período – abaixo dos US$ 3,4 bilhões projetados por analistas – e reduziu seu prejuízo ajustado por ação para 49 centavos, o menor em mais de um ano.

Chamando 2025 de “nosso ano da virada”, Ortberg anunciou planos para aumentar a produção do 737 Max para 38 unidades mensais nos próximos meses, limite atual imposto pela Administração Federal de Aviação (FAA), com objetivo de chegar a 42 ainda este ano. A longo prazo, a meta é atingir 50 unidades mensais.

Apesar do otimismo, a Boeing permanece vulnerável às tensões comerciais. Ortberg alertou sobre possíveis impactos na cadeia de fornecedores: “Estamos monitorando de perto os fabricantes de peças, mas ainda não detectou sinais de fragilidade”. Muitas dessas empresas menores podem ter dificuldade em absorver custos mais altos decorrentes das tarifas.

Com uma carteira de pedidos avaliada em meio trilhão de dólares, a Boeing mantém confiança em sua capacidade de navegar pelo cenário desafiador. “Nosso início de ano forte, combinado com a demanda por aviões nos dá a flexibilidade necessária”, afirmou Ortberg em mensagem aos funcionários.

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