A Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de até R$ 469 milhões em bens de um grupo de banqueiros e executivos de empresas investigados por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação, batizada de Floresta Devastada, cumpre 11 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Tribunal de Justiça.
Entre os alvos estão os banqueiros Nelson e Noberto Pinheiro, acusados de comandar um sofisticado esquema de fraude com ramificações no Brasil e no exterior. As ações incluem apreensão de obras de arte, joias, dinheiro em espécie, documentos societários, celulares e aparelhos eletrônicos.
Segundo o Ministério Público, os irmãos utilizaram empresas e estruturas offshore — especialmente o FPB Bank, com sede no Panamá — para ocultar ativos e enganar credores. O banco foi anteriormente alvo da Lava Jato e está vinculado a operações sem autorização do Banco Central.
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Esquema bilionário envolvia empresas em Belize e contas secretas
De acordo com as investigações, as fraudes começaram por volta de 2016, após o escândalo do Panamá Papers. A partir daí, milhões de reais teriam sido enviados a empresas de fachada em países como Belize, na América Central, por meio de transações financeiras trianguladas.
Nelson Pinheiro teria utilizado pedidos de recuperação judicial como estratégia para se proteger legalmente das dívidas. Estima-se que os prejuízos aos clientes ultrapassem R$ 100 milhões.
Relatos de vítimas apontam que os envolvidos usavam estruturas internacionais complexas para dificultar o rastreamento dos bens. O Grupo Brickell, comandado por Nelson após se separar do irmão, também estaria no centro das movimentações fraudulentas.
Documentos obtidos pelo Coaf revelam movimentações financeiras suspeitas com participação de instituições como o Bradesco, embora este último não seja alvo direto da ação policial. A Justiça já autorizou a busca domiciliar e apreensão de bens por até 30 dias.
Nota Oficial
Desde 2005, quando Nelson Pinheiro encerrou sua participação como sócio minoritário do Banco Pine, a instituição não mantém qualquer vínculo com o empresário ou com suas atividades. A menção de Noberto Pinheiro na operação ocorre pela participação minoritária em uma holding patrimonial familiar constituída pela matriarca da família para fins de planejamento sucessório, da qual Nelson faz parte juntamente os demais herdeiros. Noberto Pinheiro permanece à disposição das autoridades competentes para prestar quaisquer esclarecimentos necessários.
Banco Pine, de Noberto Pinheiro, em nota encaminhada à reportagem.
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