Bolsonarista surtam após decisão contra anistia do 8/1: “Antidemocrático”

Hugo Motta, presidente da Câmara, adiou as conversas sobre anistia a golpistas. Foto: reprodução

Após o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir nesta quinta-feira (24) que não pautará o projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 nas próximas semanas, os bolsonaristas usaram as redes sociais para reclamar do presidente da Câmara.

“Impressionante o rabo preso… Hugo Motta, fantoche do supremo, decide não pautar a urgência da anistia”, escreveu o vereador de Recife Gilson Machado Filho (PL), herdeiro do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, que comandou a pasta durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Já o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) foi ao púlpito do Congresso insinuar que o Supremo Tribunal Federal (STF) estaria ameaçando Motta para que o projeto não avançasse na casa. “Eu não tenho problema em perder votações, mas não pautar um projeto, uma urgência em que nós temos número suficiente é antidemocrático, não é republicano”, disse o parlamentar sobre o projeto que visa desautorizar as decisões do STF.

Jordy ainda atacou o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que optou por uma greve de fome visando impedir o processo de cassação. “Vamos fazer uma greve de fome porque a anistia é muito mais importante do que um deputado fanfarrão”.

Outra representante do bolsonarismo, a deputada Carol De Toni (PL-SC) anunciou uma “obstrução total” na Câmara: “Temos apenas um clamor: que Hugo Motta paute a anistia”, escreveu no X, antigo Twitter.

O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil) afirmou que o adiamento da pauta por Motta é uma “covardia”. Segundo o bolsonarista, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), “a anistia não é concessão, é reparação”.

Anistia em espera

A decisão de Motta foi tomada após reunião com líderes partidários e contrariou a expectativa do Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, que vinha pressionando pela tramitação em regime de urgência. A justificativa de Motta é que o texto ainda não está maduro o suficiente para ir diretamente ao plenário, sem análise prévia das comissões temáticas e da Comissão de Constituição e Justiça.

Parlamentares do Centrão apontaram divergências entre a versão protocolada no sistema da Câmara e aquela apresentada informalmente por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), principal articulador do projeto, durante a coleta de assinaturas para o requerimento de urgência.

“Sobre o tema da anistia, se foi decidido pelo adiamento da pauta desse requerimento de urgência”, explicou a jornalistas. “Líderes que representam mais de 400 parlamentares na Casa decidiram que o tema não deveria entrar na pauta da próxima semana”, emendou, antes de afirmar que o Congresso não abandonará de vez a pauta, mas buscará “uma saída para esse tema”.

Mesmo com 264 assinaturas, o pedido de urgência só pode ser analisado se for pautado pelo presidente da Câmara. A decisão de Motta veio logo após um jantar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e líderes partidários.

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