
A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que ficou conhecida após pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça” durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi condenada a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Considerada até então um dos principais rostos da mobilização bolsonarista em defesa da anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos, Débora perdeu o apoio do grupo e foi substituída por uma nova figura: a manicure Eliene Amorim de Jesus, de 28 anos.
A sentença contra Débora foi proposta pelo ministro Alexandre de Moraes e acompanhada por Flávio Dino e Cármen Lúcia. Luiz Fux e Cristiano Zanin também votaram pela condenação, mas sugeriram penas menores, de 11 anos e 1 ano e 6 meses, respectivamente.
Mesmo após se tornar símbolo da destruição do patrimônio público — ao pichar com batom a estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal —, Débora foi abandonada pelo movimento bolsonarista. Segundo seu marido, Nilton Cesar dos Santos, a família tem enfrentado a situação sozinha.
“É nós por nós.” Foi assim que Nilton Cesar dos Santos resumiu a situação da família desde a prisão de sua esposa. Em entrevista à Folha de S.Paulo, em Paulínia (SP), ele contou que não têm recebido nenhum tipo de auxílio externo. “A única ajuda que temos é da família. As crianças voltaram a sorrir, mas não está sendo fácil. Não temos apoio psicológico.”

Débora já havia passado dois anos em prisão preventiva e, atualmente, cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Está proibida de conceder entrevistas, utilizar redes sociais ou manter contato com outros investigados.
Ela responde por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Com a saída de cena de Débora Rodrigues, o bolsonarismo agora concentra esforços na promoção de Eliene Amorim de Jesus como símbolo da campanha pela anistia dos presos do 8 de janeiro.
Eliene é missionária da Assembleia de Deus Campo Miracema e vivia em uma quitinete no bairro Angelim, em São Luís (MA). Também era estudante de psicologia na Edufor até ser presa, em março de 2023, por envolvimento nos atos golpistas.
Ela está detida no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, na capital maranhense, e passou a ser adotada pelo bolsonarismo como novo rosto da mobilização que busca pressionar o Congresso pela aprovação do projeto de lei que concede anistia aos participantes dos ataques aos Três Poderes.
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