O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, tiveram uma reunião descrita como “muito produtiva” neste sábado (26) na Basílica de São Pedro, no Vaticano, onde participam das cerimônias fúnebres do Papa Francisco. Segundo um porta-voz ucraniano, o encontro durou cerca de 15 minutos, e os líderes concordaram em se reunir novamente ainda no mesmo dia para continuar as conversas.
Fotos divulgadas pelo gabinete de Zelenski mostram os dois presidentes sentados frente a frente em um salão de mármore, sem assessores próximos. Em outra imagem, aparecem acompanhados pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
“O presidente Trump e o presidente Zelenski se reuniram em particular hoje e tiveram uma discussão muito produtiva. Mais detalhes sobre a reunião serão divulgados posteriormente”, afirmou Steven Cheung, diretor de comunicações da Casa Branca.
Negociações de paz
O encontro ocorre em um momento crítico nas negociações para encerrar a guerra entre Ucrânia e Rússia. Trump, que tem pressionado por um cessar-fogo, afirmou na sexta-feira (25) que houve avanços nas conversas entre seu enviado especial e a liderança russa.
Ele defende uma reunião de alto nível entre Kiev e Moscou para fechar um acordo, mas já advertiu que os EUA podem abandonar os esforços de mediação se não houver progresso em breve.
Documentos obtidos pela Reuters revelam divergências entre a proposta de paz da administração Trump e as posições da Ucrânia e seus aliados europeus. Um dos pontos mais polêmicos é a sugestão estadunidense de reconhecer legalmente a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, algo que Kiev e a Europa consideram inaceitável.
Também há discordâncias sobre a suspensão de sanções contra Moscou, garantias de segurança para a Ucrânia e compensações financeiras ao país.
O encontro no Vaticano marca o primeiro contato direto entre Trump e Zelenski desde uma reunião no Salão Oval em fevereiro, quando o presidente dos EUA e o vice, JD Vance, criticaram o líder ucraniano por “ingratidão” em relação ao apoio estadunidense. Na ocasião, um repórter de uma rede conservadora dos Estados Unidos acusou Zelenski de desrespeito por não usar terno.
Desde o início da invasão russa em 2022, Zelenski adotou trajes militares como forma de solidariedade às tropas ucranianas. Em Roma, ele manteve o estilo, vestindo uma camisa escura abotoada até o pescoço e uma jaqueta militar, em contraste com os ternos formais de outros líderes presentes.
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