Quem era a denunciante de Epstein e do príncipe Andrew que se matou aos 41 anos

Virginia Giuffre morreu aos 41 anos na Austrália. Foto: reprodução

Virginia Giuffre, a estadunidense-australiana que se tornou símbolo da luta contra o tráfico sexual após denunciar o príncipe Andrew e o financista Jeffrey Epstein, morreu por suicídio nesta sexta-feira (25), aos 41 anos, em sua fazenda na Austrália Ocidental. Sua trajetória, de vítima a ativista, chocou o mundo ao expor uma rede de abuso envolvendo poderosos.

Nascida Virginia Louise Roberts em 9 de agosto de 1983, na Califórnia, sua vida foi marcada por traumas desde a infância. Aos sete anos, foi abusada por um amigo da família. “Eu estava tão mentalmente marcada já tão nova”, contou em entrevista à BBC em 2019. Adolescente, fugiu de casa, viveu nas ruas e foi explorada por um traficante sexual em Miami antes de conseguir trabalho no clube Mar-a-Lago, de Donald Trump.

Foi lá que, em 2000, conheceu Ghislaine Maxwell, então companheira de Epstein. “Eles pareciam pessoas boas, então confiei neles”, disse Giuffre sobre o casal que a recrutou como massagista, função que rapidamente se transformou em escravidão sexual.

Ela logo tornou-se figura central no escândalo que envolveu o príncipe Andrew. A ex-massagista relatou ter sido “oferecida” ao duque por Epstein e Maxwell em 2001, quando tinha 17 anos. “Ghislaine disse: ‘Faça por ele o que você faz por Jeffrey’”, contou à NBC.

O membro da família real britânica disse nunca ter visto a mulher, mas uma dele, na casa de Maxwell em Londres, com o braço em volta da cintura nua de Giuffre, tornou-se prova crucial. Ela alegou ter mantido relações sexuais com o príncipe três vezes: em Londres, na mansão de Epstein em Nova York e em uma orgia em seu ilha privada.

As acusações levaram Andrew a se afastar de deveres reais em 2019 após uma desastrosa entrevista à BBC, onde negou conhecer Giuffre e afirmou ser “incapaz de suar”, contradizendo seu relato de que dançaram suados numa boate. Em 2022, ele pagou uma indenização milionária para encerrar o processo, sem admitir culpa.

Foto feita na época em que Virginia Giuffre diz ter sido abusada mostra ela, o príncipe Andrew e, ao fundo, Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Jeffrey Epstein. Foto: reprodução

A batalha por justiça

Giuffre fundou em 2015 a organização SOAR para apoiar sobreviventes de tráfico sexual. Sua luta ajudou a condenar Maxwell a 20 anos de prisão em 2021, embora as acusações contra ela não tenham sido incluídas no processo.

“A coragem dela me fez lutar mais”, disse sua advogada Sigrid McCawley. “O mundo perdeu um ser humano incrível hoje.”

Nos últimos meses, Giuffre enfrentou problemas de saúde após um grave acidente de carro. Em comunicado, sua família descreveu-a como “uma guerreira feroz” cuja “luz levantou tantos sobreviventes”.

Disque 188

A cada mês, em torno de mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.

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