
A morte do papa Francisco gerou reações distintas entre lideranças evangélicas no Brasil. Pastores como Estevam Hernandes e Davi Lago fizeram homenagens, enquanto nomes bolsonaristas, como Silas Malafaia e Edir Macedo, preferiram o silêncio. Malafaia, em 2023, chamou Francisco de “hipócrita” após a liberação da bênção a casais homossexuais, decisão que irritou a extrema-direita.
Especialistas apontam que a relação dos evangélicos com Francisco é diversa. “É um campo muito mais diverso do que a gente está acostumado a achar”, afirmou o antropólogo Juliano Spyer. Francisco acenou para grupos evangélicos ao longo do seu papado, realizando encontros e abrindo diálogo com lideranças pentecostais.
Mesmo com aproximações, setores mais conservadores continuaram desconfiados. “Cristo só tem um e nós honramos somente essa pessoa”, declarou o pastor Samuel Vitalino, reforçando que evangélicos reformados não reconhecem a figura do papa como autoridade espiritual.
A associação de Francisco à Teologia da Libertação também gerou resistência. “O papa representa uma perspectiva teológica vista por uma parte dos evangélicos com muita desconfiança”, afirmou o pastor Kenner Terra, destacando a identificação do papa com pautas sociais.

Apesar de ser visto como progressista, Francisco manteve posturas conservadoras em temas como aborto, ideologia de gênero e barriga de aluguel, como registrado no documento “Dignitas Infinita”, divulgado em 2024 pelo Vaticano.
Entre os evangélicos, a sucessão papal também gera visões distintas. “Esperamos que o próximo papa dê continuidade a algumas conquistas”, disse Kenner Terra. Já Samuel Vitalino afirmou: “Não faz diferença quem será o próximo papa. A gente confia na soberania de Deus”. Com informações da BBC Brasil.
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