
O corpo de Walid Khalid Abdalla Ahmad, brasileiro-palestino morto aos 17 anos em prisão israelense há mais de um mês, ainda não foi entregue à sua família. O governo federal tem feito esforços diplomáticos pela liberação, mas a gestão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não tem respondido aos apelos.
O pai do jovem, o também brasileiro-palestino Khaled Ahmad, afirmou que ele e toda sua família sentem “uma tristeza profunda” após a morte e “uma dor enorme” por não poder se despedir. “Até agora, Israel não nos forneceu nenhuma justificativa para não liberar. E também não respondeu ao nosso pedido de restituição do corpo”, afirmou à GloboNews.
Após a resistência do governo israelense, Khaled tem pedido para que o presidente Lula atue de forma ativa no caso. “Gostaria de fazer um apelo ao presidente do Brasil para que nos ajude a conseguir a liberação do corpo do nosso filho, para que possamos sepultá-lo de acordo com os ritos islâmicos. Acredito que ele possa nos ajudar, pois é um grande presidente de um grande país”, prosseguiu.
No mês passado, após confirmar a morte, o Ministério das Relações Exteriores cobrou que o governo de Netanyahu investigue o caso e atue com transparência. “Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”, diz a pasta.

Israel nunca deu uma justificativa para manter o corpo de Walid sob custódia ou qualquer resposta sobre o caso, nem mesmo um laudo com as causas do óbito. Advogados que atuam no caso tiveram que obter documentos junto a médicos do presídio em que a vítima morreu.
Segundo laudo médico, Walid morreu em 22 de março na prisão de Megido em decorrência de fome, desidratação e complicações infecciosas. A autópsia entregue à família afirma que o quadro foi agravado por “desnutrição prolongada e privação de intervenção médica”.
O brasileiro-palestino foi preso em setembro de 2024 na cidade de Silwad, na Cisjordânia, região ocupada por Israel, sob acusação de agredir militares com pedras. Ele não chegou a ser julgado antes de morrer e não tinha qualquer problema de saúde, segundo o pai.
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