
Desativada em 2002 e sob a gestão da Vale desde 2006, a Mina Águas Claras, localizada na região da Serra do Curral, em Belo Horizonte, promete ser uma iniciativa inovadora no Brasil ao transformar a área em um espaço multifuncional com o encerramento das operações minerárias. Para isso, a Vale está adotando uma abordagem participativa, ouvindo ativamente as comunidades, para definir os usos futuros, buscando criar valor compartilhado e benefícios ambientais, sociais e econômicos para a sociedade.

A participação da comunidade é ponto central na concepção do projeto e a empresa tem utilizado estratégias distintas para coletar sugestões. “Estamos ouvindo as comunidades, oferecendo visitas guiadas para que as pessoas vejam onde ocorria a mineração, onde hoje a gente tem um lago maravilhoso com água de qualidade classe 1, até para consumo humano. Esta área gigantesca abriga reserva de proteção privada e área de preservação ambiental”, afirma Luiz Henrique Medeiros, Diretor de Territórios e Uso Futuro da Vale.
Segundo ele, uma reunião pública planejada para setembro visa consolidar as contribuições e garantir que o projeto esteja alinhado com os anseios da população. “Vamos fazer uma grande reunião, uma chamada para realmente quem possa participar ir à frente, fazer suas perguntas, dar sua contribuição. Vamos ouvir todo mundo, saber se estamos no caminho certo e se existe algo que a gente tenha que fazer para corrigir a rota”.
O projeto contempla uma ampla gama de possibilidades para o uso da área, incluindo preservação ambiental, agroecologia, centros de ensino e pesquisa, desenvolvimento imobiliário sustentável, negócios sociais, hotelaria, empreendimentos comerciais, áreas de lazer, serviços de saúde e turismo. A Vale quer integrar diferentes usos, criando um espaço diversificado e benéfico para a comunidade. “Aproximadamente 93% desse espaço serão dedicados à preservação ambiental e somente em 7% é que nós vamos fazer o uso baseado nessa escuta ativa da sociedade”, explica o diretor.
Embora existam exemplos internacionais de reutilização de minas, como parques de diversão ou hotéis, o projeto Mina Águas Claras se destaca pela escala e pela abordagem colaborativa, integrando diversas possibilidades em um único lugar. A dimensão do projeto, sua amplitude em termos de possibilidades e a participação efetiva da comunidade o tornam único.
A Mina Águas Claras
Com área total de cerca de 2 mil hectares, a Mina Águas Claras abriga 1.225 hectares de áreas verdes protegidas, como a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Jambreiro, além de reservas e áreas de proteção permanentes pertencentes a biomas como cerrado, campos rupestres e florestas estacionais em diversos estágios de recuperação.
Pontos centrais do projeto
- A Vale está desenvolvendo um projeto inovador de reutilização de uma mina de dois mil hectares após o encerramento das operações.
- O projeto, focado na Mina Águas Claras, visa transformar o espaço em um local de preservação ambiental, combinando-o com outros usos.
- 93% da área serão destinados à preservação ambiental, com apenas 7% destinados a outros usos, definidos em conjunto com a comunidade.
- A escuta ativa da comunidade é fundamental para o projeto, com métodos como visitas guiadas para coletar sugestões.
- As potenciais utilizações incluem áreas de preservação, agroecologia, educação, pesquisa, desenvolvimento imobiliário, negócios sociais, hotelaria, comércio, lazer, saúde e turismo.
- O projeto está em fase de escuta, com uma reunião pública planejada para setembro para consolidar as contribuições da sociedade.
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