
A Agrishow 2025, maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, chega à sua 30ª edição com a expectativa de movimentar R$ 15 bilhões em negócios, cerca de 10% acima dos R$ 10,5 bilhões do ano passado, e manter o status de vitrine de inovações.
Com cerimônia de abertura neste domingo (27), o evento vai até a próxima sexta-feira (2) em Ribeirão Preto (SP). Neste ano, o foco está ainda mais direcionado às demandas por produtividade em áreas limitadas e à adaptação às mudanças climáticas. O evento, realizado em uma área de 520 mil m2 (equivalente a sete estádios do Maracanã), deve atrair mais de 195 mil visitantes e 800 expositores, incluindo gigantes internacionais do setor.
De acordo com os organizadores, as principais apostas desta edição envolvem drones e inteligência artificial no campo – com tratores autônomos e sensores para otimizar irrigação e manejo de pragas. Além disso, devem ganhar destaque as máquinas agrícolas verdes, com menor consumo de combustível e emissões, e soluções voltadas a extremos climáticos, como sistemas de monitoramento em tempo real.
“Secas, incêndios e excesso de chuvas têm desafiado o produtor, e as fabricantes trazem respostas”, afirmou a diretora executiva da Informa Markets Brasil, empresa organizadora da Agrishow, Liliane Bortoluci. Ela acrescenta que o foco permanece em soluções para elevar a produtividade na mesma área, já que a expansão nem sempre é possível, independentemente do porte do produtor.
Apesar do otimismo com os negócios, o cenário macroeconômico impõe cautela. Juros altos e incertezas sobre o Plano Safra 2025/26 mantêm parte dos produtores em compasso de espera, especialmente os que dependem de crédito para investir.
“Mesmo com incertezas – como clima, juros altos e volatilidade nos mercados externos – o produtor precisa se atualizar”, disse Bortoluci. “A feira é onde ele vê tecnologias, negocia condições e se empolga. Muitos fecham negócios após o Plano Safra (em junho), então as taxas de juros são cruciais. Se forem atraentes a roda gira. O governo sinaliza um plano robusto, o que é essencial para viabilizar compras”, acrescentou.
Para o presidente da feira, João Marchesan, quatro fatores determinam os negócios no agronegócio: clima, campo, crédito e commodities. Segundo ele, o clima atrapalhou bastante nos últimos quatro anos, mas está melhor em 2025. Sobre o crédito, o presidente da Agrishow alerta que o cenário ainda é preocupante. “Diante disso, muitos estão investindo com recursos próprios, dentro do que conseguem. Por isso, estamos em um momento de expectativa”, disse, em entrevista coletiva.
As culturas que devem puxar a demanda por tecnologia na feira são soja, milho, pecuária e cana. Quem atua com a soja e o milho deve apresentar forte interesse em sementes adaptadas e fertilizantes inteligentes. Já a pecuária e a cana atraem atenção para soluções como sistemas de rastreamento, máquinas específicas e colheitadeiras de última geração.
Além de movimentar o agronegócio, a Agrishow tem impacto no turismo e na geração de empregos regionais, com cerca de 7 mil vagas temporárias ligadas à montagem do evento, ao atendimento e à logística. Em 2024, 85,7% dos visitantes vieram de outros municípios, com um gasto médio de R$ 1.100 em hospedagem, alimentação e comércio local.
Com base em levantamentos da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP), feitos nas edições de 2023 e 2024, a feira deve movimentar até R$ 500 milhões entre os dias 28 de abril e 2 de maio na economia local. A cerimônia de abertura ocorreu ontem (27), um dia antes do início oficial da feira, como já ocorreu em 2024.
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