Frei Chico recebe apoio de centrais sindicais após ter nome vinculado às fraudes no INSS

José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, de camisa social xadrez, com expressão observadora
José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico – Reprodução

As principais centrais sindicais do Brasil divulgaram nesta segunda-feira (28) uma nota de apoio a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Ele, que é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está envolvido em uma investigação sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A carta foi assinada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

As entidades sindicais afirmaram estar “estarrecidas” com as denúncias de irregularidades que prejudicam aposentados e pensionistas. No entanto, também criticaram o que classificaram como “distorções no noticiário”, que, segundo elas, têm como objetivo “promover ataques políticos e antissindicais”.

“Apoiamos a ação da Polícia Federal e defendemos o ressarcimento de todos que tiveram parte de seus benefícios surrupiados por organizações de má-fé. Repudiamos, igualmente, o desvirtuamento desse caso, transformado em mais um instrumento de ataque aos trabalhadores e ao governo Lula”, diz trecho do texto.

Centrais criticam politização do caso envolvendo INSS

As centrais sindicais destacaram que Frei Chico está sendo exposto publicamente apenas por seu parentesco com o presidente Lula. Para as entidades, o caso é classificado como “pura politicagem eleitoral, que engana muita gente de boa-fé”.

Filiado ao Sindnapi desde 2008, ele ocupa a vice-presidência da entidade desde o ano passado. Segundo ele, o sindicato não cometeu qualquer irregularidade no processo investigado.

A Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), apura um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. De acordo com a PF, os descontos fraudulentos atingiram R$ 7,99 bilhões, com quase 100% das cobranças consideradas irregulares.

O esquema envolvia Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) entre entidades sindicais e o INSS, que permitiam descontos diretamente na folha de pagamento dos beneficiários. Em muitos casos, os acordos eram realizados sem o conhecimento dos aposentados.

Após a deflagração da operação na quarta-feira, 23, Frei Chico declarou ao jornal Estadão que está tranquilo e defendeu a investigação, além de afirmar que espera que descubram “toda a sacanagem que tem no INSS”.

Defesa do histórico de Frei Chico

As centrais sindicais reforçaram que Frei Chico “jamais utilizou a estrutura sindical ou política em benefício próprio”. Segundo a nota, o sindicalista “sempre viveu de maneira modesta, fiel aos seus ideais”.

As entidades alertaram que a tentativa de focar a investigação em Frei Chico distorce o debate sobre as fraudes no INSS, transformando-o em um ataque político ao governo Lula e ao movimento sindical.

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