
O fornecimento de energia elétrica foi restabelecido quase totalmente em Portugal e na Espanha nesta terça-feira (29), um dia após um apagão sem precedentes ter causado transtornos nos dois países e em regiões vizinhas da Europa.
Segundo o operador espanhol REE, por volta das 6h locais, 99,16% do fornecimento já estava garantido na Espanha. Em Portugal, o serviço também foi normalizado, conforme informações da E-Redes e da REN, que afirmaram que a rede elétrica está “perfeitamente estabilizada”.
O apagão, que começou às 7h33 de Brasília (11h33 em Portugal e 12h33 na Espanha) de segunda-feira (28), provocou o desaparecimento súbito de 15 gigawatts de geração elétrica, o equivalente a cerca de 60% da demanda espanhola naquele momento, conforme explicou o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez em pronunciamento no Palácio da Moncloa. As causas ainda estão sob investigação, e nenhuma hipótese foi descartada.
A queda de energia causou caos no transporte público em Madri, com paralisação do metrô e congestionamentos nas principais vias. A retomada da eletricidade foi recebida com aplausos e comemoração nas ruas da capital espanhola.
Em Portugal, hospitais chegaram a enfrentar momentos críticos pela necessidade de reabastecimento de geradores, mas, segundo a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), as atividades foram normalizadas e os atendimentos adiados estão sendo reprogramados. A Guarda Nacional também auxiliou no transporte de combustível para nove unidades hospitalares.
O Aeroporto de Lisboa, que operou com check-in manual na véspera, retomou as operações, mas ainda registra 29 cancelamentos de voos nesta terça-feira, conforme dados da ANA – Aeroportos. Entre as empresas afetadas estão TAP, Ryanair, EasyJet, Delta e Emirates.
Na educação, o Ministério da Educação português orientou a reabertura das escolas, e a maioria dos estabelecimentos retomou as atividades normalmente, segundo o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
A rede ferroviária em Portugal e na Espanha voltou a operar, mas algumas linhas de longa distância na Espanha ainda enfrentem restrições. Na França, que também registrou breves falhas no sistema, o governo informou que o risco de um apagão generalizado é “muito mais improvável”, devido ao seu mix energético de fontes nucleares e renováveis.
A França também ajudou a mitigar o problema enviando 2.000 megawatts de energia para a Espanha via interconexões elétricas com a Catalunha e o País Basco.
As autoridades portuguesas informaram que o país “está ligado com normalidade”, com 6,4 milhões de clientes já abastecidos, segundo o ministro da Presidência, António Leitão Amaro. Apenas 800 clientes permaneciam sem energia por causas alheias ao incidente.
Tanto Portugal quanto Espanha confirmaram que a origem do apagão não está completamente esclarecida. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, disse que a falha parece ter sido causada por uma forte oscilação de tensão na rede espanhola, que acabou afetando a ligação elétrica entre os dois países.
O Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal afirmou, em comunicado, que não havia indícios de que a interrupção de energia tenha sido causada por um ataque cibernético.
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