
O programa Crédito do Trabalhador, implementado pelo governo federal, amplia o acesso do celetista’ ao crédito consignado privado, por permitir que ele acesse esse tipo de empréstimo pela carteira digital de trabalho. O movimento abre a porteira para que as instituições financeiras atuem nessa modalidade, que ainda tem volumes reduzidas e tem grande concentração em poucas instituições financeiras. Um delas é o Santander Brasil (SANB11), com uma fatia de 30% desse segmento.
Esses empréstimos movimentaram R$ 39,7 bilhões no Brasil em 2024, número incipiente comparado ao do consignado INSS, de R$ 270,8 bilhões. O CEO instituição, Mario Leão, ressalta que o Santander já vinha crescendo em consignado privado antes mesmo das mudanças anunciadas pelo governo.
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“Somos líderes em consignado privado hoje em dia, mas não vemos como uma ameaça o novo crédito para o trabalhador. Vemos como uma baixa oportunidade. A amplificação de acesso é muito relevante, mesmo para nós, que já somos incumbentes. É um mercado de R$ 40 bilhões que pode, tranquilamente, chegar a R$ 200 bilhões, R$ 300 bilhões”, disse Leão, em coletiva de imprensa sobre os resultados do banco no primeiro trimestre de 2025.
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O executivo diz que a ação do governo foi “absolutamente correta” e deveria ser “aplaudida”, ainda que, em algum momento, tenha reflexos na inflação. “O governo quer a migração dos créditos sem garantia para o crédito consignado para quem tiver espaço. E isso é importante para evitar o ‘sobrendividamento’ das famílias”, afirma Leão.
Nos últimos trimestres, o Santander Brasil “tirou o pé” dos empréstimos consignados do INSS por entender que os spreads ficaram incompatíveis com a disciplina de gestão de portfólio.
“A curva de juros subiu muito mais do que o teto. Na verdade, o teto caiu por questões políticas e a taxa de médio prazo, para tomar dinheiro emprestado para emprestar ao aposentado subiu”, explica Leão. “Não é um preconceito com o produto. Se o teto voltar a subir de forma mais material, obviamente a gente vai fazer mais consignado INSS, estamos abertos a isso”.
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