
A Microsoft está entre as companhias que estão usando inteligência artificial para codificar seus projetos de software. Mas em que nível? Foi essa pergunta que Mark Zuckerberg, CEO da Meta, fez para Satya Nadella, o líder da Microsoft. A resposta: algo em torno de 30%.
Nadella foi um dos convidados da conferência LLamaCon 2025, realizada pela Meta na terça-feira (29/04). Poucos minutos após a conversar ter início, Zuckerberg perguntou: “você tem ideia de qual a porcentagem de código está sendo escrita dentro da Microsoft neste momento pela IA e não por engenheiros?”.
“Eu diria que, talvez, de 20% a 30% do código que está em nossos repositórios hoje e alguns de nossos projetos provavelmente são todos escritos por software [IA]”, contou Nadella.
A revelação do CEO da Microsoft é marcante, pois indica que quase um terço do código que a companhia produz atualmente tem a IA generativa como base. Para uma companhia que tem o software como espinha dorsal de seus negócios, não é pouca coisa.
O bate-papo entre Zuckerberg e Nadella está no vídeo abaixo (a partir do 29º minuto):
IA é melhor para código inteiramente novo
Na conversa, Nadella deu a entender que a inteligência artificial é melhor para projetos novos, mas, como a Microsoft conta com uma extensa gama de softwares, tem buscado formas de usar a tecnologia com código já existente.
Nesse sentido, o executivo revelou que a companhia está obtendo resultados mais interessantes na codificação via IA usando Python, uma linguagem de programação mais moderna.
Contudo, a companhia tem muito código escrito em C++. O Windows é, provavelmente, o exemplo mais notável. O sistema operacional da Microsoft tem grande parte de seus componentes baseados em C e C++. O problema é que a IA (ainda) não é boa para automatizar codificações nessas linguagens, principalmente com relação a instruções de baixo nível.
Isso significa que, a despeito dos esforços da Microsoft para combinar C++ com IA generativa, a companhia continua precisando ter amplas equipes de desenvolvedores de software humanos como predominantes em seus projetos.
Só não se sabe até quando. Na conversa com Satya Nadella, Mark Zuckerberg estimou que, em 2026, “metade do desenvolvimento [de software] será feito por IA, não por pessoas, e isso irá aumentar a partir daí”.
Ainda que Zuckerberg tenha feito esse comentário com base no uso de inteligência artificial pela Meta, a sua estimativa também deve valer para a Microsoft e outras companhias, guardadas as devidas proporções.
Com informações da CNBC e do The Register
30% do software da Microsoft já é escrito por IA, diz Satya Nadella